sábado, 29 de agosto de 2009

Solidão.

Porque agora sim, me sinto em um verdadeiro pesadelo. Porque agora sim, estou realmente sozinha. Porque agora sim, eu não tenho escapatória, eu não tenho rumo, eu não tenho nada. Porque eu não tenho ninguém.
Eu tinha um porto seguro. Se foi uma boa ideia? Acho que não. Você não deve se agarrar a um só pedaço de corda, ele é muitas vezes insuficiente. A verdade é que eu não devia ter me agarrado a corda nenhuma. Eu devia ter continuado a abraçar a solidão e andar de mãos dadas com ela, ela era a minha amiga, a amiga verdadeira que nunca me abandonaria.
Mas eu a desobedeci. Eu a desmereci. Eu me mal-acostumei. Fui má com ela, eu a abandonei, e agora ela está de volta, sendo má comigo. Não, eu não a quero de volta. Eu não preciso dela. Eu preciso dos outros. Eu preciso de vozes. Eu preciso de carne e osso. Eu preciso de abraços, beijos, bilhetes escritos à mão.
Mas tudo o que eu tenho agora é um grande vazio. Como se todos os sorrisos fossem vazios, e o sentimento de que eu não mereço nenhum beijo que seja. Porque a solidão agora me beija, me abraça, me acolhe. Mas eu não quero. Não quero.