terça-feira, 31 de maio de 2011

o.o' [2

O sonho bom não passou de uma sensação.
Eu estava em um dia comum na Academia Dance. Havia uma barulheira fora do normal, na verdade era noite e parecia dia de ensaio. Ele entrou e ficou encostado na barra, perto do som, estava vestindo um casaco cinza. Eu fui falar com ele e ele ma abraçou, o abraço mais gostoso que já tinha sonhado, e ele me olhava e não queria me largar. Então o abracei mais ainda. Acordei com a sensação do abraço.





É claro que existem sonhos e sensações melhores, e eu adoraria tê-los, mas acho que as pessoas lá no céu que fazem meus sonhos são muito humildes.

o.o'

Tive dois sonhos esta noite, um bom e um péssimo.
Não lembro direito do sonho, mas eu lembro que era cruel. Sonho não, né. Pesadelo.
Eu lembro que era o curso que estava fazendo em São Paulo, lembro da agonia que era de ter que ver toda aquela gente estranha de novo, de ter que lidar com tudo de novo, ai que horrível que era. Estávamos em um lugar diferente, mas eu sei que estava lá.
Era tarde, e eu estava no quintal e todos dormiam, e só lembro a hora que começaram a aparecer zumbis. Eu estava sozinha e queria que alguém acordasse e me ajudasse, mas não havia ninguém. apareciam cada vez mais e havia comida numa mesa enorme do quintal, e eu espalhada tripas dos zumbis para todo lado. Eu queria tanto que alguém viesse, e logo depois que todos estavam mortos, eu morria de medo deles se mexerem e voltarem à vida. Eu lembro que alguns voavam, eram meio que fantasmas, eram gosmentos e tudo, e eu conseguia acabar com eles.
Eu não costumo sonhar com monstros.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

'Everytime I try to fly, I fall without YOUR wings. And everytime I see you in my dreams I see your face, you're hauting me, I guess I need you, baby.

Meus olhos estavam ocultos por um chapéu, então espero que você não tenha reparado que eu estava te olhando. Coitado.
Eu perguntei a ela se ele era bonito, e ela disse que sim. Eu não conseguia ver. Mais do que sinais de beleza, eu procurava um traço muito significativo para mim. Eu quase podia ve-lo, mas eu não sabia se era algo da minha cabeça ou se realmente você tinha aquela famosa pinta do lado esquerdo acima da boca. Eu podia quase vê-la.
Mas uma coisa me desconfiou: se realmente fosse você, talvez você retribuisse o meu olhar.tão intensamente quanto eu estava fazendo. Afinal ele ainda sabe quem eu sou, espero, então presumo que olharia também. Quer dizer, de fato você estava me olhando, eu vi, mas foi só por uns momentos, como que se perguntando por que uma estranha de chapéu e cabelos na cara estaria olhando. Bom, você podia pensar, você estava atraente. Estava vestido de anjo, assim como outros dois caras que encontrei pela noite. Mas foi você quem vi primeiro, e era como se você brilhasse. Ah, e você não estava seminu, estava de camiseta branca, e eram asas grandes e imponentes, voltadas para baixo. Achei que você não era quem não devia ser porque parecia mais baixo e mais forte, mas não sei, não tenho idéia de como é o corpo dele hoje em dia, apesar de ter ouvido que está ainda mais alto e ainda mais magro. Você estava a meio metro de mim, encostado num poste, olhar perdido, como que esperando por alguém. Nenhum de nós podia se movimentar, era muita gente junta. Você parecia não estar ali. Por Deus, QUEM ERA VOCÊ?
Desisti. Pus os óculos e olhei meio de lado. Que droga. Você não era 'você'.

***

Pelo resto da noite eu nunca mais vi aquele anjo, e aparentemente o esqueci.
Até a hora de sonhar.
Eu estava exatamente onde encontrei aquele anjo, ou melhor, estava revivendo aquela cena, aquela hora em que olhei para um garoto de cabelos encaracolados vestido de anjo. E a cena mudou.
Era você. MEU DEUS, ERA VOCÊ. Você tinha uma pinta. Você não ia falar comigo?
Amanhecia o dia, e eu estava sentada no meio-fio, como eu realmente tinha feito, e você estava por perto. Por alguma razão que eu não consigo me lembrar, assim que eu me levantei você foi até o meio-fio e se deitou. Eu tinha ido para junto dos meus amigos e, meu Deus, eu ia falar com você ou não?
Eu olhei mais uma vez e exclamei alto, mas ninguém ouvia. 'mas é claro que é ele! Anjo... Angel... Angelo...'
Eu tinha deixado meu casaco no meio-fio de propósito, caso eu reunisse coragem para me aproximar de onde você estava, assim, 'como quem não quer nada'. E foi exatamente o que eu fiz. Me afastei e fui para o meio-fio para pegar o meu casaco. Eu não olhei para você enquanto me encaminhava e pegava. Mas quando eu já ia embora, eu vi que você estava bem embaixo de mim, ainda deitado no meio-fio. E sorria para mim.
Eu não me lembro do que aconteceu logo depois, mas o que eu lembro é que você disse algo para que eu falasse com você. Estava extremamente receptivo, e sorria. Nós nos abraçamos e lembro de ter chorado. Muito. Mas você também estava chorando. Fazia carinho no meu cabelo.
'Vamos pra casa...'
Era um dia muito quente e bonito. Você estava sem camisa. Eu te perseguia pelo quintal [dessa vez era a casa onde eu moro, acho que é a primeira vez em que sonho que estou nela] e ia te fazendo perguntas, e você a respondia. Você estava na faculdade. Você estava bem. Estava tudo bem agora que eu tinha te reencontrado.
Aí acordei. Era a melhor sensação do mundo.

'Everything we had, is no longer there...'

Ela era uma atriz renomada e nunca tinha visto o garoto na vida. Eu estava ao lado dele, a gente estava no backstage. Tudo o que eu lembro é que uma de nossas mães o levou para perto dela, e num segundo já tinha o rosto dele entre suas mãos, dizendo 'gente, que garoto bonito!'
Ele sempre foi bonito. Ele sempre foi marcante, sempre chamou a atenção. Hoje em dia muitas pessoas não o achariam bonito, mas as lembranças e impressões que eu tenho fazem dele alguém que tinha nascido para ser alguém.
- O que você quer ser quando crescer?
- Cantor...
- Hum?
- ...se Deus quiser.
- Se Deus 'chinzé'?
- É 'se Deus quiser', não 'se Deus chimpanzé'. Você chamou Deus de chimpanzé. Pede desculpa.
- Mas eu não falei 'Se Deus chimpanzé'!
- Falou sim.
- Não falei!
Ele era de todo mundo e eu sabia disso, mas e daí? Dentro do nosso castelo, EU era a sua dona. É claro que eu não tinha o poder de mandá-lo fazer qualquer coisa, aliás, eu adorava a idéia dele ser meu ídolo, meu líder, meu herói. Mas eu sabia que ele me amava. Da maneira mais pura que alguém poderia amar, e porra, eu me sinto uma ridícula escrevendo isso, mas é a verdade. Era uma coisa pura, porque não havia mais nada além de amizade. Mas eu sabia que ele me amava. E ele sabia que eu o amava também.
- É namoro ou amizade?
- Amizade.
Era o aniversário dele, e ele estava entre os colegas idiotas e eu tinha ouvido atrás da porta e tinha achado lindo. Eu desprezava todos aqueles garotos, eles eram uns idiotas perto dele. Ele era realmente um príncipe encantado. O MEU príncipe encantado. E minha maior ambição era deixar ele descobrir que eu era a princesa dele.
- Essa é uma 'paradinha' minha que se chama Tiazinha.
- Ela é feia. Que que isso?
Revistas Playboy.
- Não mexe Fernanda, não mexe, depois sua mãe vai ficar triste comigo!
- Não vai não, ela não vai saber..
- Não, Fernanda. Não mexe. [ele guardou e eu não tornei a mexer.]
A 'paradinha' era um chaveiro. Havia muitas imagens de mulheres escondidas no quarto, eu comecei a perceber a partir daquele dia. Mulheres mais bonitas do que eu jamais serei. Mulheres que tiravam a atenção dele de mim. Isso não estava ficando bom. Mas eu logo esquecia, eu não fazia esforço nenhum para parecer mais bonita. Eu tinha outros garotos na época para dedicar meu tempo e minha beleza à eles, mas saber que ele estava dedicando seu tempo à beleza de outras mulheres me deixava mal. Algo estava faltando em mim, e minha alegria e disposição não supriam essa falta.
- Fernaanda, olha, eu tenho músculo.
Ele mostrou uma bolota vermelha no braço, parecia uma espinha ou picada de um bicho.
- Você sabe como ter músculos?
- Não.
- É só deixar uma formiga te picar.
Eu lembro de um dia ter reparado o quanto ele estava bonito, muuito tempo depois. Nosso tempo já estava acabando, e não daria para eu fazer nada para chamar sua atenção. Ele estava mais focado no meu irmão, e toda a tecnologia que começou a surgir. Eu não ligava de ter sido deixada de lado porque eu tinha outras coisas com o que me preocupar. Mas é claro que eu sentia falta. Mas também sabia que eu não ia ter todos aqueles momentos de volta. Então fiquei quieta.

"I'm loving angels instead..."

O seu nome já dizia o que você era. Por isso eu resolvi pôr outro nome. Karl.
Não pergunte daonde saiu a inspiração para esse nome. Não, não foi por causa de Karl Marx. Achei um nome bonito e importante. Afinal você não pertencia ao lugar que eu vivia.
Eu te reinventei e o descrevi como um anjo atrevido. Tudo o que eu queria que você dissesse, você diria para a idiota que eu tinha inventado para ser seu par romântico. Eu não me pus ali, em nenhuma das personagens, eu achava que era muito para mim. Eu era só a narradora de algo que eu queria que fosse meu. O Karl era meu e eu o manipulava a cada palavra, e isso me fazia feliz.
Foi o primeiro romance que tive coragem de escrever. E espero que seja o último. Eu tinha 12 anos. A história não passava de uma encheção de saco pré-adolescente, que toda mulher que não deixou de ter sonhos de menina adora escrever, e isso faz delas ricas, queridas e inspiradoras. Mas são patéticas. E eu não me inspirei em ninguém. Era algo só meu, baseado num alguém que só eu conhecia.
Mas não tinha muito da personalidade dele no que eu escrevia. Aliás, nem um pouco. Não passava de um rosto bonito com asas nas costas, e isso bastava. Eu só queria poder reinventar seu modo de falar comigo, digo, com a personagem, e eu me apaixonava pelo que eu inventava, e quando via o seu rosto cara a cara, eu morria de vergonha porque tinha usado o rosto dele para algo que com certeza acharia ridículo. Mas me fazia feliz.

Lara Cameron. Noelle Page. Catherine Douglas.

Eu tenho chorado todos os dias por coisas terrivelmente fúteis e cotidianas, como lentes de contato, internet e brigas. Os dias são sempre iguais e é claro que eles são tranquilos e alegres, mas também sinto como se nada fosse valer a pena. Afinal eu já estou deixando de ter esperanças de viver bem nessa cidade, e já que eu vou embora, vou preparar meus sonhos e esperanças para que nasçam e vivam aonde eu for.
Mas também estou puxando o tempo pra trás. Eu não sei o que é pior, se é guardar todas as minhas esperanças para criá-las em outro lugar [e torcer para que o dia de ir para esse lugar chegue logo], e assim não vivendo, mas apenas existindo por esses dias, me preparando e sonhando com algo que eu não conheço. Ou se é aproveitar preguiçosamente cada um desses dias porque na verdade estou morrendo de medo do que vou ter que enfrentar.
As pessoas me enchem de idéia e medo, como se o meu destino fosse ser realmente ruim, com o tipo de pessoa que eu sou . Como se eu não estivesse preparada para ser adulta.
E eu realmente não estou. E vão me perguntar 'e alguém está?'. Está porque sempre foi adulto, pelas atitudes, pelos modo de pensar e de olhar, e há aqueles que serão imaturos e idiotas para sempre, que não vão crescer nunca..
E eu não tenho a menor idéia de como fazer isso.
E quem tem?
Eu não sei, mas isso me dói muito, porque eu SEMPRE quis ser adulta. Eu não vou finalizar esse texto dizendo o quanto eu tenho saudades da minha infância, porque eu não tenho. Desde criança eu queria ser alguém de nome, alguém admirável, alguém GRANDE. Alguém que tivesse o poder de fazer acontecer, de conquistar, de servir de exemplo. E o que eu ando ouvindo é que eu estou bem longe de ser assim. E é verdade.
Eu quero ser alguém, mas não tenho a menor idéia de como fazer isso. E quero saber me virar sozinha. Eu quero saber o que fazer na hora que tiver que fazer. Eu quero saber agir sob pressão. Eu quero ser inovadora. Eu quero impressionar, eu quero olhar, eu quero atrair as pessoas. Eu quero fama e dinheiro. Eu quero ser inteligente. Eu quero ser sedutora. Eu quero ser elogiada. Eu quero que me digam o tempo todo o quanto eu sou importante. Eu quero ter sempre razão.. Eu quero influência. Eu quero ser bonita e jovem. Mais do que isso, quero ser isso tudo para sempre. Eu quero ser lembrada quando morrer, e lamentarem a minha morte e saberem falar direito o meu nome. Quero que pelo menos CONHEÇAM meu nome, e que aprendam a gostar dele, e que tenham prazer em anunciá-lo. Eu não quero ser uma pedra no sapato, estou cansada disso.
Mas eu não sou assim, desde pequena. Quer dizer, eu não consigo me manter numa posição que me dê confiança. Eu tive muitas glórias, mas elas passavam rápido, eu não tinha a lábia. Eu quero ter o dom da lábia. Eu quero dizer as coisas na hora certa. Eu quero ter o poder de dizer algo que mude a vida de alguém. Alguém não. Muitas pessoas.
Também quero ter o dom de me preocupar e saber a judar. Eu quero ser a mulher da vida de alguém, e que essa pessoa seja tão especial para mim quanto eu para ela. Eu quero ter o dom de parecer perfeita. Eu quero ser mulher de verdade.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Só avisando.

Terei que fazer cirurgia no joelho, antes que algo pior aconteça e eu não possa mais dançar.
Boa sorte para mim.
A cirurgia é simples, mas me preocupa do mesmo jeito, eu não sou uma pessoa que vai frequentemente ao hospital. Eu ia quando era pequena por alergia e febre, mas eu não tinha que passar por muitas agulhas no corpo, então sim, me cago de medo desse troço que chamam de anestesia, nunca tive que tomar. Aliás me cago do processo todo, pelo amor de Deus, sempre fui uma garota saudável. Enfim.
Na verdade eu não estou com medo, estou com raiva. Hoje em dia, em vez de ficar triste e chorar pelas coisas, eu fico com raiva mesmo, como se algo estivesse errado. Na verdade está, e espero que eu consiga resolver isso logo. Nada a ver com a minha saúde, mas minha 'human nature'. Não há coisa mais podre que isso.

'...prescribed pills to offset the shakes, to offset the pills, you know you should take it a day at a time...'

Bom, enfim, você que lê isso aqui [?] sabe que eu não preciso de muito pra me preocupar.
Mas eu me preocupo, porque tem coisas que eu lembro que me assustam [o que não devia acontecer].
Eu lembro de terem mentido pra mim. Eu lembro de terem dito que não iria doer, e tudo o que eu me lembro era da dor. Também lembro de umas cinco pessoas me imobilizando enquanto uma sexta me trazia outra dor. E você ainda tem coragem de falar que não vai doer?
Mas o pior não é a dor. O pior é o descaso. Acham que você não vai se lembrar. Acham que você vai superar. Acham que você não liga. Mas eu lembro e ligo ok. Vocês acham que está tudo bem. Não vai estar bem nunca mais.

domingo, 8 de maio de 2011

"I've had the time of my life..."

É como se eu fosse ter 15 anos para sempre. Nada menos, mas também nada mais.
Como se eu não suportasse ver que aquelas crianças que eram mais crianças do que eu já não são mais. Estão se sentindo tão poderosas quanto eu me sentia, e o que é mais importante, SÃO mais poderosas.
No final das contas é tudo a mesma coisa. A mesma cabeça vazia e emplastrada de tinta. Todas iguais.
Eu só sei que são iguais porque eu nunca fui uma delas. Coisa que eu queria tanto, mas nunca consegui. Eu sabia que podia ser muito mais do que aquilo, mas elas se divertem, e é isso o que importa. Logo, eu pareço ser sempre menos. É isso o que eu sinto às vezes, mas olhando, sabe, olhando bem, eu vejo que eu tenho me escondido tanto, todos os meus podres e todas as minhas dobras, e elas simplesmente não se escondem. Elas mostram, mas eu sei que o que elas mostram são as pernas longas e finas que não possuo, e é isso o que importa. É isso o que engana.
É banal, mas eu fico observando e é tão esquisito. Como eu poderia me sobrepor? Como posso me tornar, aos olhos deles, maior que elas? Eu nunca consegui.

sábado, 7 de maio de 2011

Do it like a dude!

Então... é como se eu não tivesse coragem de admitir que o dia foi ruim.
E não é que FOI. Mas devia ter sido melhor.
Eu devia ter dado o meu melhor. Eu queria que vocês me vissem.
Quer dizer, você sorriu e ele também, e ele me elogiou também. Mas será que isso basta? Eu queria era SENTIR que o que vocês fizeram olhando nos meus olhos era algo do coração. Não sei como eu comprovaria uma coisa dessas. Em outra época, era só ouvir um elogio e pronto. Não. Eu quero sentir que seu elogio veio de longe.
Não sei. Eu estava esperando por esses momentos há muito tempo, e agora que passou, vi que eu não tinha sido o suficiente. Será que consegui te marcar? Será que a opinião é a mesma dos dois?
Eu fui eu mesma, eu sei que fui. Mas ser eu mesma é um troço meio entediante. Não tem brilho, sei lá. Será?

quarta-feira, 4 de maio de 2011

'...too bad, Hollywood, it's got you jumping like you should, girl...'

[ok que a foto não combina com tamanha baixa autoestima, mas isso a gente releva]

É esquisito dizer, mas eu realmente perdi as esperanças, perdi a animação, perdi a empolgação para tanto. Não é por causa da minha idade [ok, às vezes é, mas não o tempo todo], mas não sei, me sinto sufocada ao saber que não sou a única. E tenho certeza de que eles não irão notar que terá alguém a menos querendo um pedaço dos seus cabelos. Não que eu não queira, acho que eu morreria se tivesse tal oportunidade. Mas morrer por isso, me humilhar e falar disso o tempo inteiro, eu não vou. Não mais. Quase ninguém sabe, mas eu era muito assim, eu sonhava acordada, eu queria, eu pedia, eu rezava, eu desejava. Mas não faço mais nada disso. É tanta gente. São tantos corpos, tantas garotas, são tantos talentos que me pergunto o que cada uma delas poderá mostrar. E o que eu vou te mostrar. O que eu teria para você que seria diferente delas? O que eu teria que faria você lembrar do meu nome?
Até porquê as histórias que andei ouvindo são todas de paixão, desespero, oportunidade e muita, mas muita sorte. Coisa que acontece com uma em um milhão, ou melhor, com umas duzentas em um milhão. Continua sendo um número ínfimo, e o que Deus faz para escolhê-las? Elas devem ter algum coração de ouro, e isso eu tenho certeza de que não tenho.
Não vou fazer nada por vocês, já vi que não adianta nada na maioria das vezes. Não vou chorar à toa por ser só mais uma. Se eu não for, aí sim vou chorar, vou me descabelar, posso até morrer. Sentirei o fogo de querer fazer qualquer coisa, ter o poder de fazer qualquer coisa. Mas por enquanto não, é como se eu estivesse numa areia movediça, e o que é pior, está cheia de gente, mas todos se afogam junto.

'I'm coming home, I'm coming home, tell the world that I'm coming home...'

Eu estava na escola, e tudo o que eu lembro era uma partida de vôlei ou de queimado. Era a minha equipe contra a sua, como uma vez em que disputamos nós da terceira serie contra os grandões da quarta, e era meio que isso, só que estávamos crescidos. Enfim. Era uma partida severa, lembro de uma garota que não gostava de mim, lembro do rosto dela de um aniversário, e ela aparece às vezes para mim como minha rival, e não sei o porquê. Como uma personagem de desenho, também.
Não lembro como a partida se desenrolou, mas eu disse, era severa, e eu queria chegar perto de você, e eu não lembro se você estava fugindo de mim ou outra coisa. Além disso o tempo me ensinou a querer saber se você era você mesmo pela sua famosa pintinha do lado esquerdo do buço. E nunca era, mas eu queria e SABIA que era você.
Algo aconteceu com o jogo, acho que alguém tinha se machucado. Tinha alguém sentado no banco à sombra da árvore perto da quadra e estávamos todos em volta, e você estava também, com o rosto virado ocultando sua pinta. Você estava como numa foto bastante recente, mais forte, cabelo curto. Mas usava uma blusa branca e uma blusa xadrez vermelha por cima, coisa estranha. Acho que o motivo de alguem ter se machucado fui eu, porque eu tava nervosa e acho que alguem implicou comigo, e você parecia nao ter gostado.
No final quando algumas pessoas estavam indo embora, você estava de costas para mim e de mãos nos bolsos e falou: 'se você me perguntar qualquer coisa sobre isso, eu não vou te responder.'
Eu sei que você sabe que eu entendi. Você não estava falando do jogo.
Me deu vontade de chorar, e você foi andando pra perto de outros garotos que também iam embora. Então eu gritei 'Eu REALMENTE sinto sua falta, tá bem?'. Por um segundo [incrivel como eu podia sentir cada segundo], fiquei PRA MORRER com a reação que você teria, mas... você virou pra trás e sorriu pra mim. E havia o Sol da tarde, coisa que eu adorava na escola quando criança, atrás do seu rosto.
Aí eu acordei.








Meu desejo de te encontrar é tão grande assim dentro de mim? Será que vai valer a pena? Eu SÓ QUERO QUE VALHA A PENA. Eu quero que você sorria para mim. Do contrário, eu espero que as coisas continuem como estão. E que você continue tão bonito quanto dizem que está. Me disseram que você está mais alto. Que está bonito. Que tem namorada. O que você se tornou? Quem você se tornou? No que acredita? Pensa em mim alguma vez? Já me viu na rua? Nunca mais te vi. Me achou bonita? Sou louca pra ouvir a sua voz. Sou louca para ver essa sua pinta mais uma vez [pinta é o caralho, é verruga mesmo, e das boas, mas é muito linda, seja la como for]. Sou louca pra te dar um abraço e saber o que você andou fazendo. Não vou ter muito o que te contar, eu não mudei muito. Mas você mudou, aposto. Com certeza está ainda mais especial e inteligente. Continua simpático? Continua perfeito? Será que faz as pessoas felizes como você me fez, com o seu bom humor, com a sua inteligência, com a sua capacidade de tornar as coisas melhores? Quem faz você feliz? Você está feliz? Você seria feliz ao me encontrar?

terça-feira, 3 de maio de 2011

Nada não.

Tenho certeza de que não sou a única a sentir esse tipo de coisa, mas é bom saber que eu também faço parte desse grupo.
Eu só queria dizer que eu posso não sentir nada ali, tudo pode ser turvo e estranho, mesmo para mim que sonho realista e cotidiano, mas realista foi quando você segurou a minha mão e a acariciou, era só o que eu conseguia sentir, exatamente como eu fiz com você, e eu sei que você nunca fará comigo.
Bom, nada demais, só estou registrando. Me lembrei do dia em que sonhei com seu beijo, lembrando que nunca tinha recebido um seu. Mas o dia tinha chegado, e não é que a sensação era EXATAMENTE A MESMA?

segunda-feira, 2 de maio de 2011

'Hey, over there, please forgive me, if i'm coming on too strong...'

Ei, você. Você ri de mim? você me acha engraçada? você me acha legal? O quê? O que quer dizer 'legal'?
Você me acha bonita? você me acha inteligente? Eu sei que você não está sabendo, mas eu sou inteligente. Mentira, sou muito burra, sério, acredite. Mas eu sou legal, não sou? Você nunca me disse que era bonita. Eu quero que você me ache bonita. Você já sonhou comigo? Você espera por mim?
Você ao menos PENSA em mim?

'..just tell'em that it's human nature...'

E tudo se resume em uma pergunta:
POR QUE EU SEMPRE FAÇO TUDO ERRADO?





eu sei que ali posso tudo. Estou crescendo, é natural que eu queira ser o que quiser. O problema é que eu tenho medo de estar me tornando o que as pessoas não querem. Odeio ter a sensação de que estou fazendo algo errado, e eu SEI que estou. Eu SEI que estou te assustando, e EU SEI que QUAAANDO você pensa em mim, você pensa como uma, sei lá, uma retardada.
Se eu faço questão? É CLARO que eu faço questão. O meu nome é muito mais do que ele ainda é. Eu quero que você saiba quem eu sou. O único problema é que eu não sei como. Estou sempre exagerando. Você não quer mesmo me falar o que eu devo fazer? Sinceramente, eu me sinto mais confortável assim.
Se aquela sou eu? Sim, lógico. Mas de uma maneira meio não-eu. Aquele 'eu' que você está vendo é um 'eu' que por muito tempo não foi, e só está tendo coragem de se mostrar agora. Por isso meio que tem essa cara de monstro despenteado e desengonçado. Eu não sei o que fazer com ele, eu só sei que a única coisa que eu tinha que fazer era libertá-lo, porque o 'eu' que eu estava sendo, bem, não era mais eu. Eu não gostava de ser assim.
Mas eu quero que você goste de mim! Pra você gostar de mim eu serei o que você quiser. Eu não ligo. Eu só quero que você pense em mim, e pense bem. Você deve achar que eu estarei sendo pouco original sendo assim, mas eu tentarei ser a melhor 'não-eu' possível, e você não vai ligar, porque estaremos os dois felizes. Todo mundo gosta de uma mentira.