segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

sabe por quê sonhar é bom? Não é porque no mundo dos sonhos não há distância ou sentimentos opostos. É porque não há espelho.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Eu queria tanto apressar as coisas e saber se no final das contas você vai ver que tudo tem um outro sentido [e vai gostar disso].. Eu realmente queria, porque não quero mais que as coisas aconteçam de modo vago, como se eu nao estivesse ligando pro que está acontecendo [eu ligo sim], como se eu nao estivesse precisando. Eu queria saber que tudo pode dar certo.
Mas dar certo COMO? eu olho pra frente, eu TENTO olhar pra frente e vejo um grande ponto de interrgação, porque tudo o que eu quero que aconteça é tudo o que ainda não aconteceu. Como eu vou querer o que eu não sei?
Eu só fico imaginando, e tem sempre uma hora que a paisagem acaba e eu chego num branco de mente que, sinceramente, está ficando insuportável. Preciso estender as minhas cores, e se não é você quem vai me ajudar, que seja outro que valha mais a pena, e que seja logo.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Na geudael gajji motaedo nae mami...

apenas pra deixar registrado que meu coração está cheio.
Deus, não me deixe morrer sem esse sentimento maravilhoso.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Eu tô cansada de sonhar com você e não ver seu rosto, ou quando sonhar com algo mais corporal, sentir algo ruim, como se você fosse o culpado por todos os meus medos.
Eu tô com medo do que eu tô sentindo porque estou me sentindo uma ladra, pela primeira vez, porque eu nunca vou sentir que alguém pertence a mim, muito menos você, mas mesmo assim eu queria ao menos tentar. Eu juro que não quero te machucar, porque tudo em relação a mim que você sentir vai partir de você mesmo, e não do que eu te forçar a sentir. Eu não posso cobiçá-lo, mas eu só estou com coragem de fazê-lo porque esses anos todos em que fiz isso não atingiu a ninguém [embora eu secretamente desejo que atinja você, porque você vale a pena].
Eu também não estou sofrendo tanto porque no final das contas eu tenho quase certeza de que eu não vou poder preenchê-lo. Não tenho idéia de como fazer isso. Está me deixando com medo e com vergonha.

domingo, 16 de outubro de 2011

Sua pele vai ficar gasta de tanto eu usá-la. Se perceber que sua energia está se esvaindo e está perdendo a cor dos olhos, é porque eu a suguei. Sem nem te tocar. Não preciso.
Tenho pena de você.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

É insano olhar para frente, mas eu olho. Porque não é só você que está em frente a mim, mas a minha própria imagem no espelho. E ela corresponde a você? Ela não é o que eu quero ver, ou melhor, que você veja. Porque há muito mais que eu posso te dizer e muito menos a oferecer.

sábado, 10 de setembro de 2011

God put a smile upon your face.

Porque eu não acredito que alguém como você pode ver as coisas se realizarem e ficar parado. Nem que a única coisa que você faça seja sorrir, e isso já me faria bastante feliz.
Por isso eu faria tudo por você, e faria mil vezes. Porque eu sei que um dia [e nao importa quando] voce vai olhar nos meus olhos e eu vou saber que eu tenho um lugar em seu coração e sua memória.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Io che amo brono mio.

me deixa cuidar de ti. só deixa. deixa eu fazer qualquer coisa, mas deixa que seja eu, se eu falhar, passe para outro. eu quero que você me deixe tentar, e que não tenha medo ou nojo de ver meu coração aberto, porque é só isso que eu quero, deixá-lo respirar. te respirar.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

a delícia que é amar.

sábado, 27 de agosto de 2011

Me nota primeiro, saiba que eu existo e que, se estou te olhando, nao é porque você vale a pena, mas é porque EU valho a pena. Olha pra mim, sorri e me deixa passar a mão nos seus cabelos. Percebe que isso é seu. Percebe que isso é maior do que você está vendo.
Mas percebe que eu tenho medo e noção do ridículo. Eu sou ridícula para você? Estou querendo tapar o buraco e fazer você acreditar em mim, mesmo que eu não acredite. Pode apostar que quando você acreditar, eu vou FAZER QUESTÃO de acreditar.
Não estou falando que não acredito. Se eu tenho a coragem de olhar nos seus olhos já é sinal que eu tenho um pouco de confiança e capacidade de ter minhas costas eretas. Só estou dizendo que eu queria ser alguém muito melhor do que eu [não] pareço ser.

sábado, 20 de agosto de 2011

Sabe qual é a dificuldade de saber quando seus olhos se voltam com um brilho especial? É que seus olhos já são brilhantes por si mesmos.











Bastaram apenas cinco dias.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Eu sinto saudade de compartilhar minha alma com alguém que não me procura e não me questiona, porque não irá olhar nos meus olhos, e justamente isso me faz desejar que ele tenha os olhos em mim algum dia.
Mas antes dos olhos.. ele tem sua mente em mim? Ainda?








Sinto saudade de me sentir interessante para alguém.
Eu odeio ter que prestar atenção, ser quem eu não sou, e se eu sou como eu quero ser, não consigo o que eu quero. Isso tá me incomodando bastante, porque não é falta de iniciativa, é falta de resposta.
Ninguém quer me ouvir, é isso?
A melhor parte do meu dia é quando ando sozinha sem a obrigação de prestar atenção em algo ou alguém, e no entanto, é como se meus olhos tirassem fotos. Ando com a mochila nas costas e a mão no bolso, e a cabeça virada para a lagoa que me separa de todos os meus sonhos.
É só uma lagoa, uma maldita lagoa. Eu gostaria de atravessá-la a nado, sabendo que posso pagar para andar por cima dela.
Mas o problema nao é chegar la, mas como vou atravessá-la, ter coragem de atravessá-la, e saber se eu não vou morrer no caminho, me cansar, sei lá. Eu só queria saber se eu posso.


sábado, 6 de agosto de 2011

you've been struck by a smooth criminal!

Eu não sei o que dizer, não sei de verdade, só tenho vontade de fazer algo. Mas o quê?
Algo que nao venha me ferir.
Vai lá então, mostrar que as coisas não são assim. Vai lá dizer que não vale a pena, que você não sente algum desconforto quanto a isso. Vai lá banalizar tudo.
Eu dou importância demais, mas o que é pior, banalizar ou dramatizar?




Eu não estou te tratando como um criminoso. Estou apenas com medo. Querendo entender as coisas antes mesmo delas acontecerem, porque eu quero estar inteira e forte quando eu chegar ao topo. Eu não quero que as coisas sejam do jeito que eu estou vendo que são. Da sua parte, do que você representa, quero dizer.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

"Eu encontrei um homem, e me apaixonei por ele. Deixei-me apaixonar por uma simples razão: não espero nada. Sei que em três meses estarei longe, ele será uma lembrança, mas não podia aguentar mais viver sem amor; estava no limite.
[...]É suficiente amá-lo, estar com ele em meu pensamento, e colorir esta cidade tão bela com seus passos, suas palavras, seu carinho. QUando eu deixar este país, ele terá um rosto, um nome, e a lembrança de uma lareira. Tudo o mais que vivi aqui, todas as coisas duras pelas quais passei, não será nada perto desta lembrança.
Gostaria de poder fazer por ele o que ele fez por mim. Estive pensando muito, e descobri que não entrei naquele café por acaso; os encontros mais importantes já foram combinados pelas almas antes mesmo que os corpos se vejam.
Geralmente estes encontros acontecem quando chgamos a um limite, quando precisamos morrer e renascer emocionalmente. Os encontros no sesperam - mas a maior parte das vezs evitamos que eles aconteçam. ENtratanto, se estamos desesperados, se já não temos nada a perder ou se estamos muito entusiasmados com a vida, então o desconhecido se manifesta, e nosso universo muda de rumo.
Todos sabem amar, pois já nasceram com esse dom. Algumas pessoas já o praticam naturalmente bem, mas a maioria tem que aprender de novo, relembrar como se ama, e todos - sem exceção - precisam queimar na fogueira de suas emoções passadas, reviver algumas alegrias e dores, quedas e recuperação, até conseguir enxergar o fio condutor que existe por trás de cada novo encontro; sim, existe um fio.[...]"
["Onze Minutos" - Paulo Coelho]

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

É um 'feeling', eu não sei como dizer. É abrir a boca até ela rasgar e esperar que dali saia algo do jeito que eu quero, porque eu sei exatamente oq eue eu quero.
O mesmo acontece com meu corpo, e como estou mais habituada a tanto, vem aquela sensação de você ver algo e seu corpo imediatamente identificar o processo para realizá-lo. É uma coisa mágica e eu amo essa sensação, a sensação de saber exatamente o que se está fazendo, é como se eu estivesse no corpo do observado.
Então me vem aquela energia, aquela vontade de fazer aquilo que a minha mente quer, mas que eu não tenho extensão. Quando minha boca se abre, nada sai como previsto. Tenho que tomar cuidado, porque meu corpo não obedece à minha mente. Por enquanto.

sábado, 30 de julho de 2011

'...I won't give up on my life. I'm a warrior queen, live passionately tonight...'

Tenho vontade de voar até ela e abraçá-la, abraçar a vida que ela tem, agradecer por ela existir e por ela acreditar no que eu deixei de acreditar há muito tempo. Ser eternamente grata por ela ter me mostrado que o mundo era exatamente como eu me lembrava, e que ele podia voltar a ser assim. Ela também me fez sentir a melhor pessoa do mundo.
Não ligo de ser meio cedo para chamá-la de anjo, mas as palavras que trocamos já foram suficientes pra eu saber que eu estava diante de uma luz, e não me importo se ela for passageira, porque o que vou guardar é a esperança que ela me trouxe de volta.
Mentira, eu me importo sim. Eu gostaria de pegar a vida dela com as mãos, dividirmos, para que eu conviva com a felicidade e energia que ela emana, que passemos todos os dias trocando essa energia, essa experiência que é chamada de amizade, que eu nem sei se deve ter esse nome, eu tenho medo dele.
Mas eu estranhei a confiança dela. Por que eu? Foi questão de segundos, ela me conhece? Ela compartilhou o que tinha de mais precioso, e acho que eu não faria isso com ninguém, admito, por falta de coragem ou de método. Mas ela fez. Eu não sei se ela faz isso com todo mundo, e nem vou procurar saber, o que importa é que ela soube passar essa energia para mim e eu soube absorvê-la, porque eu já possuí essa energia um dia, e ela me fez acreditar que essa energia não era somente a minha realidade, inventada e pouco acreditada, mas era a realidade dela, e portanto era a realidade do mundo.
Agora preciso pegar essa energia e ir ao encontro de quem a mereça. Porque essa pessoa existe, e ela me fez acreditar nisso.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Time to escape....................................................




THIIIIIIS IIIIIS WAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAR...

domingo, 24 de julho de 2011

'it's a beautiful lie, it's a perfect denial, such a beautiful lie to believe in, so beautiful, beautiful lie makes me...'

O que importa no momento é a presença, e sobre isso ela é bem feliz, ele está ali todos os dias para ela. Espera que ele vem.
Eu não tenho a menor ideia de quem seja, mas eu sei que as coisas são iguais, dá pra sentir, e é um daqueles segredos que temos o prazer de esconder, mas a felicidade toma conta e o deixa escapar. Estamos todas no mesmo barco.
Mas ele não é você. Ela é feliz com ele, e eu sou feliz com você. Mas a felicidade delas dura mais tempo, é claro, ele está ali para ela, praticamente todos os dias, cada dia uma história nova, e isso a põe para dormir com um sorriso no rosto.
Algo está errado. E você deixa pistas disso.
Dia desses eu quis que ele fosse você. Que você fosse meu motivo constante de felicidade, mesmo que esta seja toda feita de mentiras. E daí? Eu já ouvi tantas mentiras que hoje em dia não separo o que é mentira e o que é verdade, mas a mentira que me faz bem e aquela que faz mal. Estou acostumada, e eu vou dizer que até gosto desse mundo fácil e perfeito, mesmo que tanto me critiquem por viver nele. A nossa felicidade agora é só baseada em teorias e meias verdades, então por que não trocar ele por você? É praticamente a mesma coisa!
[não é não.]
Mas eu só queria que ele fosse você para poder gritar para o mundo de orgulho da minha felicidade. Fazer que nem ela. Mostrar para o mundo que eu tenho um segredo orgulhosamente guardado, e quando ele for revelado, estaremos juntos, mas bem longe dali.
Meu Deus, o que eu estava pensando? Como se eu precisasse de você para me sentir viva. Como se você fosse um objeto, um capricho.
Você não é assim. Você é maior que tudo isso. Eu quero que você saiba que eu tenho orgulho de você e estou rezando em silêncio.
Me perdoe. Eu precisava falar.

sábado, 23 de julho de 2011

vinte e um de julho de dois mil e onze.

'O que realmente precisa importar para mim é a minha segurança, a certeza de quem eu sou. E isso ainda não tenho, por medo. Tenho tanto medo de estar sonhando sem poder. Tenho tanto medo.
Por isso vejo meu futuro totalmente branco, porque não tenho coragem de escrevê-lo. Eu só quero me sentir bem, e ter coragem de gritar para o mundo quem eu sou e quem eu quero ser.'

dezenove de julho de dois mil e onze.

'Sinto que aquilo que vivo se encaixa perfeitamente com o que leio. Sempre arrumo um jeito de me inspirar, de achar um sentido de acordo com o que vivo. E isso é errado? Eu acho que sim. Eu vivo acreditando que nada é coincidência, que o sentido vive se acreditarmos nele. Mas e se no fim das contas estou exagerando? Se algo REALMENTE for coincidencia?
Até porquê, tenho a maior prova d que tudo pode cair por terra contra a minha vontade: acreditar que ele é real mão quer dizer que ele seja.'

onze de julho de dois mil e onze.

'Agora estava pensando o quanto é engraçado eu ter esquecido que sou uma menina má. Só exalta e conhece as minhas qualidades, e eu acredito. Raiva, ódio, inveja e rancor eu não sinto há muito tempo, de verdade. Um dos motivos é que eu quase não saio de casa, então convívio social é zero, e tento [e consigo] ser alguém muito mais agradável virtualmente, e me sinto querida.
Mas a questão é que me faz esquecer do passado, e de todas as coisas horríveis que senti. Me faz sentir a melhor pessoa do mundo, o que tenho certeza de que não sou, então há algo errado, eu sinto.
Ou não. É como se fosse meu futuro. As pessoas que amei não me faziam sentir bem, ter esperança. O contrário de agora.
Mas tudo é obra da minha mente, é claro. Tenho medo de além de eu esquecer, me esquecer.'

segunda-feira, 18 de julho de 2011

'...insatiable, the way I'm loving you..'

Antes só se ouvia o barulho, farfalhar das folhas me chamou a atenção. Um vendaval, parecia. Mas era apenas um vento. O suficiente para sentir. Só ele pode me movimentar, eu não posso movimentá-lo. Um vento cheio de toques que parecem tão humanos. Um vento que balança meu cabelo e me deixa insaciável.

terça-feira, 12 de julho de 2011

'He's a stranger to some, and a vision to none. He can never get enough, get enough of the world...'

E assim faço a matéria, a obra, o físico. Te faço.
Você me dá pedaços seus, feitos de lábia, fantasia e carinho, e eu os viro e reviro entre as mãos, e o que antes era quase como névoa se mostra por fim algo sólido e até pesado. Não suporto segurar.
Então faço-o tomar forma e conseguir se suportar, lhe empresto minha imaginação e lhe dou força. Faço algo meu e para mim, para que possa me desejar e proteger. Isso já é obra sua, pois a mente é sua, as palavras são suas, foi você que as passou para mim para que eu as moldasse o quanto precisasse. Assim a idéia do corpo é minha, e o que eu quero é mais que meu, é mais que uma idéia minha, quero algo carnalmente seu. Então invento. Preciso. Imploro.
Eu não acredito que se pode sentir uma sombra e tocar um rosto invisivel, e sentir a mão agarrando-se à da sombra. Mas é o que eu tenho feito. Logo, sou sombra. Ao menos sou sua.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Eu posso dizer, gosto de atenção. Eu gosto de saber que você é todo ouvidos. Mas o que posso fazer se mesmo assim você me acha uma insignificante?
Eu não sou assim. Não vou ficar insistindo, não tenho força para tanto. Mas gostaria de saber que um dia você vai olhar para trás e dar um sorriso cheio de remorso a cada provocação que você não percebeu.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

'...just put your trust in my heart and meet me in paradise. You're every wonder in this world to me, a treasure time won't steal away...'

Quando fiz quinze anos, eu soube o que era ter que soltar a mão de alguém e movê-la para dizer adeus. Mas não é isso o que eu guardo como um marco, hoje em dia.
O que eu me lembro era do fogo nos meus olhos. Da determinação desumana que eu tinha, como se eu tivesse o mundo e todo o tempo dele aos meus pés. Eu chorava, gritava, e batia o pé, e consegui o que queria. Eu tinha o mundo porque eu o tinha 'conquistado'. À minha maneira, é claro. Eu era uma vitoriosa, afinal.
Eu me lembro do desespero que foi saber que eu nunca mais ia vê-lo, e eu me lembro da força que busquei para que isso não acontecesse. Eu SENTIA que tinha que vê-lo mais uma vez. E eu consegui.
Muitas coisas aconteceram afinal, e eu forçava, queria, obrigava. Tanto que as coisas saíram do controle. Ele estava presente na minha vida, quando eu queria que saísse. Tornou a minha vida uma grande dor de cabeça, uma dor de cabeça que eu mesma fiz questão de brotar.
Mas eu não penso assim. Quer dizer, nem naquele tempo, porque afinal eu sofria, mas era grata por ainda poder ver aquele sorriso. E é essa a palavra: grata. Grata por ter me feito descobrir uma força que eu não sabia que tinha. E que não sei se vou tê-la de novo.
Mas estou querendo ter. Eu já disse NÃO para o adeus, nos meus quinze anos. Eu quis que as coisas mudassem, e elas mudaram.
Agora, aos dezoito, a história é um pouco diferente. Quando fiz quinze anos, jurei que não seria nada além de eu mesma, que eu finalmente pudesse me construir, me polir, me moldar a partir do nada, de mim mesma. Eu ia ser dura, eu ia bater de frente com o meu destino.
E agora, aos dezoito, eu bati, mais uma vez. Usei a força, usei a sinceridade, usei a inconveniência, usei a ironia. Eu usei o meu próprio nome. Eu usei a minha alma.
E ganhei o tempo, e o sorriso, e as palavras marcantes. Por que, meu Deus?
Então a história se repete. Como se eu esperasse todos os dias para vê-lo entrar por aquela porta, e dizer só o MEU nome. Para ter um tempo só para mim, para me dar atenção, para eu não me sentir sozinha.
E mais uma vez... tenho que dizer adeus. E mais uma vez, vou querer buscar a determinação que não sei onde guardo, para fazer com que esse 'adeus' seja um 'até logo'. Porque eu serei livre e realmente terei o mundo e o tempo dele para mim.




'Você é o amor da minha vida, e são essas suas palavras que me faz lhe amar, cada vez mais e mais. Eis que me olho no espelho e reflito nele um sentimento, era saudade, saudade de você.' (BJP)

sábado, 2 de julho de 2011

'...talking to the moon, try to get to you in hopes you're on the other side talking to me too, or am I a fool who sits alone talking to the moon?'

Antoine tinha razão, não é um livro para crianças. Eu não compreendia uma só palavra, nos meus oito [?] anos de idade. Ele pertenceu ao meu pai, que deu para mim, na esperança de que eu o lesse e compreendesse. Pra mim era um livro precioso, me falava tanto dele, e eu mostrava para os adultos, e os olhos deles brilhavam. Todos haviam ouvido falar nele. Mas o que fazia dele tão importante, eu não sabia. Eu só conseguia enxergar uma paz enorme na fantasia que continha nele, e lá encontrei minha paz. Mas eu sabia que não era o bastante. Tantas vezes eu li começo, o fim, pulei páginas, mas não sabia o que tinha de tão especial no livro... mas já descobri.

"My life is very monotonous," the fox said. "I hunt chickens; men hunt me. All the chickens are just alike, and all the men are just alike. And, in consequence, I am a little bored. But if you tame me, it will be as if the sun came to shine on my life. I shall know the sound of a step that will be different from all the others. Other steps send me hurrying back underneath the ground. Yours will call me, like music, out of my burrow. And then look: you see the grain-fields down yonder? I do not eat bread. Wheat is of no use to me. The wheat fields have nothing to say to me. And that is sad. But you have hair that is the colour of gold. Think how wonderful that will be when you have tamed me! The grain, which is also golden, will bring me back the thought of you. And I shall love to listen to the wind in the wheat..."

The fox gazed at the little prince, for a long time.

"Please-- tame me!" he said.

"I want to, very much," the little prince replied. "But I have not much time. I have friends to discover, and a great many things to understand."

"One only understands the things that one tames," said the fox. "Men have no more time to understand anything. They buy things all ready made at the shops. But there is no shop anywhere where one can buy friendship, and so men have no friends any more. If you want a friend, tame me..."

"What must I do, to tame you?" asked the little prince.

"You must be very patient," replied the fox. "First you will sit down at a little distance from me-- like that-- in the grass. I shall look at you out of the corner of my eye, and you will say nothing. Words are the source of misunderstandings. But you will sit a little closer to me, every day..."

The next day the little prince came back.

"It would have been better to come back at the same hour," said the fox. "If, for example, you come at four o'clock in the afternoon, then at three o'clock I shall begin to be happy. I shall feel happier and happier as the hour advances. At four o'clock, I shall already be worrying and jumping about. I shall show you how happy I am! But if you come at just any time, I shall never know at what hour my heart is to be ready to greet you... One must observe the proper rites..."

"What is a rite?" asked the little prince.

"Those also are actions too often neglected," said the fox. "They are what make one day different from other days, one hour from other hours. There is a rite, for example, among my hunters. Every Thursday they dance with the village girls. So Thursday is a wonderful day for me! I can take a walk as far as the vineyards. But if the hunters danced at just any time, every day would be like every other day, and I should never have any vacation at all."

***

So the little prince tamed the fox. And when the hour of his departure drew near--

"Ah," said the fox, "I shall cry."

"It is your own fault," said the little prince. "I never wished you any sort of harm; but you wanted me to tame you..."

"Yes, that is so," said the fox.

"But now you are going to cry!" said the little prince.

"Yes, that is so," said the fox.

"Then it has done you no good at all!"

"It has done me good," said the fox, "because of the color of the wheat fields." And then he added:

"Go and look again at the roses. You will understand now that yours is unique in all the world. Then come back to say goodbye to me, and I will make you a present of a secret."

(Antoine De Saint-Exupéry - "The Little Prince" chapter 21)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

'...pray to your God, open your heart... whatever you do, don't be afraid of the dark. Cover your eyes... the devil's inside...'

Não me descobre. Não me olha por muito tempo. Não quero me ver desintegrar, desmembrar, distorcer. Quero ser para sempre algo mágico. Não quero a realidade da intimidade, tenho medo dela.
Quero ser imaginação, me manipular, me moldar, porque não posso fazer isso com uma carne endurecida por já estar formada. Quer dizer, eu posso sempre melhorar. Mas quero ser mais do que isso. Eu quero que seus olhos brilhem até quando ver a terra, porque eu quero que você deixe de precisar do céu. Ele está muito lá no alto, você não concorda?
Eu quero mais que a sua certeza, eu quero A MINHA. Eu vou querer sentir o que seus olhos aparentarem sentir. Eu quero já estar descoberta quando você, ou qualquer outro alguém, descobrir. Eu quero poder dar a magia no meio do caos, do nada. Mas não sei como fazer isso.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

cheater!

Seu nome pesa nas minhas costas. É tudo o que eu tenho a dizer.

terça-feira, 21 de junho de 2011

"...I'm on the edge of glory and I'm hanging on a moment of you. I'm on the edge with you!"

Escrevo o meu destino e então o leio, tempo depois. Justamente quando estou na melhor parte dele, numa parte em que devia continuar, em que devia ter um longo caminho pela frente, percebo o quanto estava perto do fim, e como é que eu não percebi? Então me dá raiva, agonia. É como ler a historia de outra pessoa, como se alguém além de mim o tivesse escrito, e eu nunca o li, não sei de nada. Eu me surpreendo com o que eu faço e o que você faz. Parece outra coisa. E o pior, fico aguardando o próximo capítulo, SE HOUVER algum próximo capítulo.

domingo, 19 de junho de 2011

Savior, savior, save me once again. Savior, savior, save me from myself.
You disappear to walk alone, I fear. If only to erase of you here...
Once again, you have betrayed me, yes my friend, you drained me. Only then, will you embrace me?
Only then, did I call out Savior, savior, save me once again. Savior, savior, save me from myself.

La nuit du chasseur.

Escrevo, escrevo, escrevo e não preciso da sua resposta. Sempre sou eu quem diz algo. Eu me pergunto e eu me respondo. Você observa.
Mas eu preciso dos seus olhos. Eu preciso da sensação de ter alguém me olhando e me amando. Eu preciso saber que alguém precisa me ouvir, tanto quanto eu preciso falar.
Eu amo falar, mais do que isso, eu amo lhe falar. Eu amo acreditar que você existe. Eu amo ter esperança, eu amo poder dividir a minha alma com alguém que não precisa dela. Eu amo.

sábado, 18 de junho de 2011

'I close my eyes, I can see a better day...'

Hoje sonhei com o traumatizante TeenBroadway mais uma vez. Tenho sonhado com esse lugar a cada semana, e cada semana é diferente, o que não muda é o desconforto.
A peça era Legally Blonde, e eu as assistia. Elas estavam todas iguais. Todas lindas, todas melhores que eu. Eu observava de longe e me perguntava o que eu precisava fazer para ser uma delas...

***

Não lembro direito. Mas eu sei que estava em Paris. Porém era só o nome, pois a Torre Eiffel estava longe, realmente muito longe. Parecíamos estar numa estrada com neve quase derretida. Estava nublado, e estávamos perdidos. Eu, meu irmão e minha mãe em seu carro. Estávamos procurando algum endereço.
Depois estava no que parecia um pequeno shopping. Que parecia também um clube. Eu só passava por dentro dele, eu não entrava nas lojas, não tinha gostado do lugar, ou porque era sem graça ou porque não tinha dinheiro. Houve uma cena em que eu parecia estar olhando um bonequinho que parecia um duende numa vitrine de loja que parecia de brinquedos, e brinquedos e decoração natalina.
Era noite e continuávamos na estrada, e passávamos por algumas casas humildes e cercados onde soltavam fogos, e era tudo muito perto de nós, mamãe continuava dirigindo. O que era aquilo tudo? Até que paramos num bar qualquer de esquina. Havia pessoas conhecidas ali, eu interagi com elas não lembro como, e eu parecia estar fugindo de alguém, ou querendo encontrar, eu estava desconfortável.
Então ele chegou. Estava com a aparência do ano passado, relaxado, bonito, de camisa preta. O pai dele estava logo atrás, eu estava morrendo de vergonha de cumprimentá-lo. Mas o seu filho eu abracei e beijei o pescoço como sempre faço. Mas eu queria mais, então o beijei no rosto, um lado e depois o outro, e ele estava naquela brincadeira de sempre, de fazer de conta que está achando que era algo inocente. Eu continuava a beijá-lo e consegui chegar à boca, e comemorei internamente por ele não ter resistido, ele me beijava de volta, com empolgação. Mas que beijo HORRÍVEL. Eu não me lembrava de ter sido assim, os outros foram tão bons! Era seco, estranho, AMADOR. Odiei. Mas continuei. Depois que acabei, vi que o pai estava sentado logo atrás de onde estávamos, e ele sorria pra mim de um jeito debochado. Que vergonha!

***

Era tarde, e parecia ser o fim dela, pois eu via o sol laranja se pondo. Era uma tarde muito bonita, havia o sol, mas o céu estava branco de nuvens, e havia neve semi-derretida e grama verde, e havia a estrada cinza. Estávamos à pé, e éramos mais ou menos quinze, não lembro do rosto de ninguém, mais ou menos o de uma garota de uns 20 anos que se agachou, como eu, para pegar ou deixar um presente embaixo de um pinheiro na estrada [era Natal?]. E continuávamos a andar. Estávamos de roupas pesadas, mas eu não sentia frio, eu estava me sentindo bem, eu só enxergava aquele sol laranja. A gente estava voltando pra algum lugar, eu sabia. Mas pra onde?

'...people talk, people say, what we have is just a game, oh...'

Torna-te parte de mim. Não. Esqueci que já tornastes. Agora preciso ser tua parte. Saber quem és. Conhecer as borboletas do teu estômago. E fazê-las minhas, mas por mérito seu. Eu preciso, eu quero saber.
Quem és?

'I won't cry for you, I won't crucify the things you do. I won't cry for you, see, when you're gone I'll still be Bloody Mary...'

Todas as noites espero por uma mentira. Uma não, duas.
Uma me dá segurança, presença. Dela eu preciso, talvez porque meu coração saiba que a segurança que eu sinto é tudo o que eu tenho, é o que te segura e ME segura, é o que nos une.
A outra me dá amor e atenção. Tudo o que eu precisava. Sabe que eu adoro uma mentira. És tu.
Deixe-me explicar que a culpa, primeiramente, é toda minha. Nada de mim para você parece ser seu. Nunca me diz nada, só me responde. Mas me toca, me conquista e me descobre. E me descubro. Daí a minha devoção, talvez. Me atraindo por ti, me atraí por mim? Não te descobri ainda.
Não importa, não por enquanto. Porque de repente te espero, te imagino, até te sinto. Não passa de uma sombra, cuja única solidez é a palavra.
Se tu não és, eu serei. Vais sumir, mas eu vou ficar. O prazer é, e vai sempre ser, todo meu.
Vai me fazer crescer. Vai me fazer sentir mulher, vai me fazer sentir desejada. Eu vou saber como é. VOCÊ não vai saber como é. Não vai sentir. Não vai aproveitar. Eu só queria dizer que quem vai sair ganhando vai ser eu. Eu vou aprender. E você? Você vai sumir. Vai se camuflar, e nunca, mas NUNCA vai conseguir ser algo mais que... uma sombra.
Se és, sou. Se não és... serei.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Jacpot.

Me sinto livre porque eu fui até você, eu tive essa coragem. Mas coragem de começar eu já tenho. A coragem de manter, nunca. As pessoas geralmente sabem o que eu faço para me manter. Mas eu não liguei. Para falar a verdade, não é a primeira vez que estou nessa, mas é a primeira vez que entro, e o que é mais engraçado ainda, porque não pensei no que teria que fazer.
Eu queria te impressionar, eu queria ser única para você, e ainda quero. Eu quero que você queira a minha atenção. Eu quero que você me queira. Mas antes isso não existia, porque eu não precisava da sua atenção. Eu, através de você, mostrava um eu que era representação, teatro, mas que acostumei tanto a fazê-lo que já se tornou parte de mim, uma característica obtida no vício. Eu queria saber até onde podia ir na minha seriedade, na minha ironia, na minha provocação. Eu estava representando. E a partir dessa representação, eu me abri.
Eu te dei a minha alma e não me importo se você a deixar por aí. Eu nem sei seu nome, e aparentemente não preciso. Para você eu também não sou ninguém.
Eu te dei a minha alma porque eu sei que você não vai sentir o peso dela. Nós não precisamos um do outro para sobreviver.
Quer dizer, eu preciso das suas palavras, mas não importo se você não precisar das minhas. Eu só preciso que você as segure.
Eu te dei a minha alma porque eu não a daria se você olhasse nos meus olhos. A minha alma só pertence àqueles que não ficam buscando, pois você me faz sentir livre. Eu não preciso te dar explicações, eu não me sinto inquirida. Você pediu o meu tempo e eu te dei minha alma.
Eu vou mentir e esconder enquanto as pessoas olharem nos meus olhos, eu vou enganá-las todas.
Eu te dei a minha alma porque ela precisa de mãos diferentes. Ela está prestes a mudar, e eu sinto isso, e estou com medo, e por isso a deixo com você. Você não precisa levar, só precisa pôr as mãos nela e deixá-la livre. Ela vai crescer ainda. Será que você um dia veria o tamanho que ela vai ficar? Eu nem sei se você existe!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

'...anything, oh anything, to chase the rain goodbye. When you left with all your dreams I couldn't say goodnight...'

'Never have i ever been so sure... Never thought i'd see you walk in that door...
I can make you feel (like you're a king), no remedies (no compromise), would you rather be, right here with me? I want you right here next to me.'
Isso estava na minha cabeça a noite inteira.



Era mais um lugar louco que eu achava que nunca tinha estado na vida, mas agora que estou lembrando, o prédio tinha alta semelhança com o Vivo Rio, e ainda estava mais iluminado e bonito, e era noite. Em todo caso, eu sabia que era um teatro, e eu sabia que era uma cidade diferente, e eu estava com duas garotas. A única de quem conseguia ver o rosto tinha semelhança com Amy Farrah Fowler. Só que mais doce.
Só que antes da companhia dela, pode ter sido depois tambem [a ordem nao importa tanto], acho que eu estava na companhia de um homem bonito, alto, branco, cabelo preto cortado, barba por fazer, parecia ter uns 30 anos. A gente conversava sobre algo da conferência [parecia que estávamos ali para uma palestra da faculdade ou algo do tipo], e ele queria saber se eu era deste país. Eu achava estranho, pois eu sabia que ainda estávamos no Brasil. De repente dois homens, bonitos como ele, se aproximaram dele e eles ficaram conversando em alemão. Pareciam guarda-costas e falavam com aparencia grave. Ele me pediu desculpas e falou algo como prazer em conhece-la, ou que ele era alemão, e foi embora.
Daí eu estava na presença das duas garotas, elas seguravam cadernos na mão, e conversavamos.
- Mas o Trianon é o palco. - a menina disse
- Bom, na minha cidade Trianon quer dizer o teatro inteiro, e do tamanho deste aqui - argumentei, rindo, e fazendo gestos indicando o lugar. Elas riram impressonadas, tipo 'uau'.
O curioso é que a cena com o homem bonito se repetiu: elas duas também achavam que eu não era desse país. Como assim? eu perguntava pra mim mesma, e nós todas falávamos em português. Elas também se afastaram, e eu fui embora sozinha.
Depois seguiram-se cenas turvas, como o 'escorregador-casinha' que tinha onde antes era o terreno do Teatro Trianon [de verdade], onde eu e o dono daquela pinta costumávamos brincar. Lá agora era a minha casa, e era maior. Mas conservava o escorregador, os rolinhos de madeira, as cordas e escadinhas. Eu estava ralhando com alguém, acho que era a minha empregada. Havia muita gentalha ali, e na0 lembro direito, eu só sabia que tinha que sair dali. Eu estava incomodada.

***

Eu estava num apartamento pequeno, e era o dele. Estava ligeiramente bagunçado, e era muito, muito pequeno, parecia quarto de hotel. Estou tentando me lembrar sobre o que nós conversamos quando nos encontramos. Deve ter sido mais ou menos que nem o sonho anterior, sobre como estava a vida dele, porque eu perguntei onde ele estava estudando, e ele mencionou exatamente o mesmo nome da faculdade do sonho anterior. Eu ofeguei muito alto, ele até se virou. Então era verdade o que eu havia sonhado?
Eu dou risada com essas coisas, no meu próprio sonho eu me lembro dos sonhos anteriores, mas enfim.
Ele depois mencionou o apartamento onde estavamos, dizendo que daria um jeito quando eu me instalasse.
- Você quer dizer que eu vou morar aqui?
Ele afirmou com a cabeça lentamente, me olhando sério.
Eu estava tensa e preocupada, mas depois acabei me divertindo. Estávamos na cama e nós contávamos e mostrávamos muitas coisas nostálgicas, ele me puxou pelo braço, e me mostrou um pote de balas artesanais que fizeram parte da minha infância.
- Mas são chicletes!
- Ok, mas você lembra?
- Lembro! Só não deixe Nelsinho vê-los, ele vai comer tudo!
Tinha um pedaço de papel dobrado na cama e eu abri. Era ele quem tinha escrito, a letra meio garranchosa como eu a conhecia, falava de boas vindas e de romantismo. Eu fiquei com medo, medo dele não querer, medo de ele não gostar. Eu sorri e nos beijamos.
Quando acordei, ele estava em pé secando o cabelo com a toalha, mas eu vi que não estávamos sozinhos. Havia uma velha penteando o cabelo em frente ao espelho. Tia Sônia. Ela olhou para mim com um rosto meio que culpado ou envergonhado e saiu do quarto silenciosamente. Ela parecia mais baixa que o normal [ou eu mais alta do que o normal]. A porta estava aberta e eu vi um homem de meia-idade que eu conhecia de algum lugar passando e olhando para dentro. Ele nao foi o unico, algumas pessoas passavam pelo corredor e pareciam conhecê-lo, pois sempre estavam olhando para dentro do quarto com expressão de curiosidade. Tornei a olhar para ele e estava preocupado. Eu perguntei qualquer coisa, talvez se ele ia sair, e ele falou que sim e mais alguma coisa, e falou baixo, com o rabo do olho na porta. Ele se despediu de mim e disse que ia trabalhar, e saiu, eu ia ficar o dia inteiro naquele quarto. A última sensação que eu lembro de ter sentido antes de acordar era aquela aflição de não saber se meu protetor ia voltar para casa.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Nossa, parece que cada hora algo faz falta. Muitas vezes é o físico. Mas mais do que nunca eu sei que são as minhas atitudes que pecam.
E eu queria tanto ser diferente para você. Eu devo sim ter te impressionado, mas de uma maneira meio negativa. Acho que você ficou com medo de mim. Nossa, como isso é chato. Eu tentando ser única, e do nada você olha e comenta a primeira bunda que passa.
É brincadeira, eu não ligo. Já estou acostumada. Mais ou menos.






Meu Deus, será que algum dia eu vou ser especial para alguém sem ter que apelar para a franqueza? Isso machuca, cara. Tem gente que não gosta disso. Às vezes eu esqueço.

O direito de estar feliz por sua causa é todo meu. Mas a culpa é toda sua.

hum, que droga.

terça-feira, 31 de maio de 2011

o.o' [2

O sonho bom não passou de uma sensação.
Eu estava em um dia comum na Academia Dance. Havia uma barulheira fora do normal, na verdade era noite e parecia dia de ensaio. Ele entrou e ficou encostado na barra, perto do som, estava vestindo um casaco cinza. Eu fui falar com ele e ele ma abraçou, o abraço mais gostoso que já tinha sonhado, e ele me olhava e não queria me largar. Então o abracei mais ainda. Acordei com a sensação do abraço.





É claro que existem sonhos e sensações melhores, e eu adoraria tê-los, mas acho que as pessoas lá no céu que fazem meus sonhos são muito humildes.

o.o'

Tive dois sonhos esta noite, um bom e um péssimo.
Não lembro direito do sonho, mas eu lembro que era cruel. Sonho não, né. Pesadelo.
Eu lembro que era o curso que estava fazendo em São Paulo, lembro da agonia que era de ter que ver toda aquela gente estranha de novo, de ter que lidar com tudo de novo, ai que horrível que era. Estávamos em um lugar diferente, mas eu sei que estava lá.
Era tarde, e eu estava no quintal e todos dormiam, e só lembro a hora que começaram a aparecer zumbis. Eu estava sozinha e queria que alguém acordasse e me ajudasse, mas não havia ninguém. apareciam cada vez mais e havia comida numa mesa enorme do quintal, e eu espalhada tripas dos zumbis para todo lado. Eu queria tanto que alguém viesse, e logo depois que todos estavam mortos, eu morria de medo deles se mexerem e voltarem à vida. Eu lembro que alguns voavam, eram meio que fantasmas, eram gosmentos e tudo, e eu conseguia acabar com eles.
Eu não costumo sonhar com monstros.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

'Everytime I try to fly, I fall without YOUR wings. And everytime I see you in my dreams I see your face, you're hauting me, I guess I need you, baby.

Meus olhos estavam ocultos por um chapéu, então espero que você não tenha reparado que eu estava te olhando. Coitado.
Eu perguntei a ela se ele era bonito, e ela disse que sim. Eu não conseguia ver. Mais do que sinais de beleza, eu procurava um traço muito significativo para mim. Eu quase podia ve-lo, mas eu não sabia se era algo da minha cabeça ou se realmente você tinha aquela famosa pinta do lado esquerdo acima da boca. Eu podia quase vê-la.
Mas uma coisa me desconfiou: se realmente fosse você, talvez você retribuisse o meu olhar.tão intensamente quanto eu estava fazendo. Afinal ele ainda sabe quem eu sou, espero, então presumo que olharia também. Quer dizer, de fato você estava me olhando, eu vi, mas foi só por uns momentos, como que se perguntando por que uma estranha de chapéu e cabelos na cara estaria olhando. Bom, você podia pensar, você estava atraente. Estava vestido de anjo, assim como outros dois caras que encontrei pela noite. Mas foi você quem vi primeiro, e era como se você brilhasse. Ah, e você não estava seminu, estava de camiseta branca, e eram asas grandes e imponentes, voltadas para baixo. Achei que você não era quem não devia ser porque parecia mais baixo e mais forte, mas não sei, não tenho idéia de como é o corpo dele hoje em dia, apesar de ter ouvido que está ainda mais alto e ainda mais magro. Você estava a meio metro de mim, encostado num poste, olhar perdido, como que esperando por alguém. Nenhum de nós podia se movimentar, era muita gente junta. Você parecia não estar ali. Por Deus, QUEM ERA VOCÊ?
Desisti. Pus os óculos e olhei meio de lado. Que droga. Você não era 'você'.

***

Pelo resto da noite eu nunca mais vi aquele anjo, e aparentemente o esqueci.
Até a hora de sonhar.
Eu estava exatamente onde encontrei aquele anjo, ou melhor, estava revivendo aquela cena, aquela hora em que olhei para um garoto de cabelos encaracolados vestido de anjo. E a cena mudou.
Era você. MEU DEUS, ERA VOCÊ. Você tinha uma pinta. Você não ia falar comigo?
Amanhecia o dia, e eu estava sentada no meio-fio, como eu realmente tinha feito, e você estava por perto. Por alguma razão que eu não consigo me lembrar, assim que eu me levantei você foi até o meio-fio e se deitou. Eu tinha ido para junto dos meus amigos e, meu Deus, eu ia falar com você ou não?
Eu olhei mais uma vez e exclamei alto, mas ninguém ouvia. 'mas é claro que é ele! Anjo... Angel... Angelo...'
Eu tinha deixado meu casaco no meio-fio de propósito, caso eu reunisse coragem para me aproximar de onde você estava, assim, 'como quem não quer nada'. E foi exatamente o que eu fiz. Me afastei e fui para o meio-fio para pegar o meu casaco. Eu não olhei para você enquanto me encaminhava e pegava. Mas quando eu já ia embora, eu vi que você estava bem embaixo de mim, ainda deitado no meio-fio. E sorria para mim.
Eu não me lembro do que aconteceu logo depois, mas o que eu lembro é que você disse algo para que eu falasse com você. Estava extremamente receptivo, e sorria. Nós nos abraçamos e lembro de ter chorado. Muito. Mas você também estava chorando. Fazia carinho no meu cabelo.
'Vamos pra casa...'
Era um dia muito quente e bonito. Você estava sem camisa. Eu te perseguia pelo quintal [dessa vez era a casa onde eu moro, acho que é a primeira vez em que sonho que estou nela] e ia te fazendo perguntas, e você a respondia. Você estava na faculdade. Você estava bem. Estava tudo bem agora que eu tinha te reencontrado.
Aí acordei. Era a melhor sensação do mundo.

'Everything we had, is no longer there...'

Ela era uma atriz renomada e nunca tinha visto o garoto na vida. Eu estava ao lado dele, a gente estava no backstage. Tudo o que eu lembro é que uma de nossas mães o levou para perto dela, e num segundo já tinha o rosto dele entre suas mãos, dizendo 'gente, que garoto bonito!'
Ele sempre foi bonito. Ele sempre foi marcante, sempre chamou a atenção. Hoje em dia muitas pessoas não o achariam bonito, mas as lembranças e impressões que eu tenho fazem dele alguém que tinha nascido para ser alguém.
- O que você quer ser quando crescer?
- Cantor...
- Hum?
- ...se Deus quiser.
- Se Deus 'chinzé'?
- É 'se Deus quiser', não 'se Deus chimpanzé'. Você chamou Deus de chimpanzé. Pede desculpa.
- Mas eu não falei 'Se Deus chimpanzé'!
- Falou sim.
- Não falei!
Ele era de todo mundo e eu sabia disso, mas e daí? Dentro do nosso castelo, EU era a sua dona. É claro que eu não tinha o poder de mandá-lo fazer qualquer coisa, aliás, eu adorava a idéia dele ser meu ídolo, meu líder, meu herói. Mas eu sabia que ele me amava. Da maneira mais pura que alguém poderia amar, e porra, eu me sinto uma ridícula escrevendo isso, mas é a verdade. Era uma coisa pura, porque não havia mais nada além de amizade. Mas eu sabia que ele me amava. E ele sabia que eu o amava também.
- É namoro ou amizade?
- Amizade.
Era o aniversário dele, e ele estava entre os colegas idiotas e eu tinha ouvido atrás da porta e tinha achado lindo. Eu desprezava todos aqueles garotos, eles eram uns idiotas perto dele. Ele era realmente um príncipe encantado. O MEU príncipe encantado. E minha maior ambição era deixar ele descobrir que eu era a princesa dele.
- Essa é uma 'paradinha' minha que se chama Tiazinha.
- Ela é feia. Que que isso?
Revistas Playboy.
- Não mexe Fernanda, não mexe, depois sua mãe vai ficar triste comigo!
- Não vai não, ela não vai saber..
- Não, Fernanda. Não mexe. [ele guardou e eu não tornei a mexer.]
A 'paradinha' era um chaveiro. Havia muitas imagens de mulheres escondidas no quarto, eu comecei a perceber a partir daquele dia. Mulheres mais bonitas do que eu jamais serei. Mulheres que tiravam a atenção dele de mim. Isso não estava ficando bom. Mas eu logo esquecia, eu não fazia esforço nenhum para parecer mais bonita. Eu tinha outros garotos na época para dedicar meu tempo e minha beleza à eles, mas saber que ele estava dedicando seu tempo à beleza de outras mulheres me deixava mal. Algo estava faltando em mim, e minha alegria e disposição não supriam essa falta.
- Fernaanda, olha, eu tenho músculo.
Ele mostrou uma bolota vermelha no braço, parecia uma espinha ou picada de um bicho.
- Você sabe como ter músculos?
- Não.
- É só deixar uma formiga te picar.
Eu lembro de um dia ter reparado o quanto ele estava bonito, muuito tempo depois. Nosso tempo já estava acabando, e não daria para eu fazer nada para chamar sua atenção. Ele estava mais focado no meu irmão, e toda a tecnologia que começou a surgir. Eu não ligava de ter sido deixada de lado porque eu tinha outras coisas com o que me preocupar. Mas é claro que eu sentia falta. Mas também sabia que eu não ia ter todos aqueles momentos de volta. Então fiquei quieta.

"I'm loving angels instead..."

O seu nome já dizia o que você era. Por isso eu resolvi pôr outro nome. Karl.
Não pergunte daonde saiu a inspiração para esse nome. Não, não foi por causa de Karl Marx. Achei um nome bonito e importante. Afinal você não pertencia ao lugar que eu vivia.
Eu te reinventei e o descrevi como um anjo atrevido. Tudo o que eu queria que você dissesse, você diria para a idiota que eu tinha inventado para ser seu par romântico. Eu não me pus ali, em nenhuma das personagens, eu achava que era muito para mim. Eu era só a narradora de algo que eu queria que fosse meu. O Karl era meu e eu o manipulava a cada palavra, e isso me fazia feliz.
Foi o primeiro romance que tive coragem de escrever. E espero que seja o último. Eu tinha 12 anos. A história não passava de uma encheção de saco pré-adolescente, que toda mulher que não deixou de ter sonhos de menina adora escrever, e isso faz delas ricas, queridas e inspiradoras. Mas são patéticas. E eu não me inspirei em ninguém. Era algo só meu, baseado num alguém que só eu conhecia.
Mas não tinha muito da personalidade dele no que eu escrevia. Aliás, nem um pouco. Não passava de um rosto bonito com asas nas costas, e isso bastava. Eu só queria poder reinventar seu modo de falar comigo, digo, com a personagem, e eu me apaixonava pelo que eu inventava, e quando via o seu rosto cara a cara, eu morria de vergonha porque tinha usado o rosto dele para algo que com certeza acharia ridículo. Mas me fazia feliz.

Lara Cameron. Noelle Page. Catherine Douglas.

Eu tenho chorado todos os dias por coisas terrivelmente fúteis e cotidianas, como lentes de contato, internet e brigas. Os dias são sempre iguais e é claro que eles são tranquilos e alegres, mas também sinto como se nada fosse valer a pena. Afinal eu já estou deixando de ter esperanças de viver bem nessa cidade, e já que eu vou embora, vou preparar meus sonhos e esperanças para que nasçam e vivam aonde eu for.
Mas também estou puxando o tempo pra trás. Eu não sei o que é pior, se é guardar todas as minhas esperanças para criá-las em outro lugar [e torcer para que o dia de ir para esse lugar chegue logo], e assim não vivendo, mas apenas existindo por esses dias, me preparando e sonhando com algo que eu não conheço. Ou se é aproveitar preguiçosamente cada um desses dias porque na verdade estou morrendo de medo do que vou ter que enfrentar.
As pessoas me enchem de idéia e medo, como se o meu destino fosse ser realmente ruim, com o tipo de pessoa que eu sou . Como se eu não estivesse preparada para ser adulta.
E eu realmente não estou. E vão me perguntar 'e alguém está?'. Está porque sempre foi adulto, pelas atitudes, pelos modo de pensar e de olhar, e há aqueles que serão imaturos e idiotas para sempre, que não vão crescer nunca..
E eu não tenho a menor idéia de como fazer isso.
E quem tem?
Eu não sei, mas isso me dói muito, porque eu SEMPRE quis ser adulta. Eu não vou finalizar esse texto dizendo o quanto eu tenho saudades da minha infância, porque eu não tenho. Desde criança eu queria ser alguém de nome, alguém admirável, alguém GRANDE. Alguém que tivesse o poder de fazer acontecer, de conquistar, de servir de exemplo. E o que eu ando ouvindo é que eu estou bem longe de ser assim. E é verdade.
Eu quero ser alguém, mas não tenho a menor idéia de como fazer isso. E quero saber me virar sozinha. Eu quero saber o que fazer na hora que tiver que fazer. Eu quero saber agir sob pressão. Eu quero ser inovadora. Eu quero impressionar, eu quero olhar, eu quero atrair as pessoas. Eu quero fama e dinheiro. Eu quero ser inteligente. Eu quero ser sedutora. Eu quero ser elogiada. Eu quero que me digam o tempo todo o quanto eu sou importante. Eu quero ter sempre razão.. Eu quero influência. Eu quero ser bonita e jovem. Mais do que isso, quero ser isso tudo para sempre. Eu quero ser lembrada quando morrer, e lamentarem a minha morte e saberem falar direito o meu nome. Quero que pelo menos CONHEÇAM meu nome, e que aprendam a gostar dele, e que tenham prazer em anunciá-lo. Eu não quero ser uma pedra no sapato, estou cansada disso.
Mas eu não sou assim, desde pequena. Quer dizer, eu não consigo me manter numa posição que me dê confiança. Eu tive muitas glórias, mas elas passavam rápido, eu não tinha a lábia. Eu quero ter o dom da lábia. Eu quero dizer as coisas na hora certa. Eu quero ter o poder de dizer algo que mude a vida de alguém. Alguém não. Muitas pessoas.
Também quero ter o dom de me preocupar e saber a judar. Eu quero ser a mulher da vida de alguém, e que essa pessoa seja tão especial para mim quanto eu para ela. Eu quero ter o dom de parecer perfeita. Eu quero ser mulher de verdade.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Só avisando.

Terei que fazer cirurgia no joelho, antes que algo pior aconteça e eu não possa mais dançar.
Boa sorte para mim.
A cirurgia é simples, mas me preocupa do mesmo jeito, eu não sou uma pessoa que vai frequentemente ao hospital. Eu ia quando era pequena por alergia e febre, mas eu não tinha que passar por muitas agulhas no corpo, então sim, me cago de medo desse troço que chamam de anestesia, nunca tive que tomar. Aliás me cago do processo todo, pelo amor de Deus, sempre fui uma garota saudável. Enfim.
Na verdade eu não estou com medo, estou com raiva. Hoje em dia, em vez de ficar triste e chorar pelas coisas, eu fico com raiva mesmo, como se algo estivesse errado. Na verdade está, e espero que eu consiga resolver isso logo. Nada a ver com a minha saúde, mas minha 'human nature'. Não há coisa mais podre que isso.

'...prescribed pills to offset the shakes, to offset the pills, you know you should take it a day at a time...'

Bom, enfim, você que lê isso aqui [?] sabe que eu não preciso de muito pra me preocupar.
Mas eu me preocupo, porque tem coisas que eu lembro que me assustam [o que não devia acontecer].
Eu lembro de terem mentido pra mim. Eu lembro de terem dito que não iria doer, e tudo o que eu me lembro era da dor. Também lembro de umas cinco pessoas me imobilizando enquanto uma sexta me trazia outra dor. E você ainda tem coragem de falar que não vai doer?
Mas o pior não é a dor. O pior é o descaso. Acham que você não vai se lembrar. Acham que você vai superar. Acham que você não liga. Mas eu lembro e ligo ok. Vocês acham que está tudo bem. Não vai estar bem nunca mais.

domingo, 8 de maio de 2011

"I've had the time of my life..."

É como se eu fosse ter 15 anos para sempre. Nada menos, mas também nada mais.
Como se eu não suportasse ver que aquelas crianças que eram mais crianças do que eu já não são mais. Estão se sentindo tão poderosas quanto eu me sentia, e o que é mais importante, SÃO mais poderosas.
No final das contas é tudo a mesma coisa. A mesma cabeça vazia e emplastrada de tinta. Todas iguais.
Eu só sei que são iguais porque eu nunca fui uma delas. Coisa que eu queria tanto, mas nunca consegui. Eu sabia que podia ser muito mais do que aquilo, mas elas se divertem, e é isso o que importa. Logo, eu pareço ser sempre menos. É isso o que eu sinto às vezes, mas olhando, sabe, olhando bem, eu vejo que eu tenho me escondido tanto, todos os meus podres e todas as minhas dobras, e elas simplesmente não se escondem. Elas mostram, mas eu sei que o que elas mostram são as pernas longas e finas que não possuo, e é isso o que importa. É isso o que engana.
É banal, mas eu fico observando e é tão esquisito. Como eu poderia me sobrepor? Como posso me tornar, aos olhos deles, maior que elas? Eu nunca consegui.

sábado, 7 de maio de 2011

Do it like a dude!

Então... é como se eu não tivesse coragem de admitir que o dia foi ruim.
E não é que FOI. Mas devia ter sido melhor.
Eu devia ter dado o meu melhor. Eu queria que vocês me vissem.
Quer dizer, você sorriu e ele também, e ele me elogiou também. Mas será que isso basta? Eu queria era SENTIR que o que vocês fizeram olhando nos meus olhos era algo do coração. Não sei como eu comprovaria uma coisa dessas. Em outra época, era só ouvir um elogio e pronto. Não. Eu quero sentir que seu elogio veio de longe.
Não sei. Eu estava esperando por esses momentos há muito tempo, e agora que passou, vi que eu não tinha sido o suficiente. Será que consegui te marcar? Será que a opinião é a mesma dos dois?
Eu fui eu mesma, eu sei que fui. Mas ser eu mesma é um troço meio entediante. Não tem brilho, sei lá. Será?

quarta-feira, 4 de maio de 2011

'...too bad, Hollywood, it's got you jumping like you should, girl...'

[ok que a foto não combina com tamanha baixa autoestima, mas isso a gente releva]

É esquisito dizer, mas eu realmente perdi as esperanças, perdi a animação, perdi a empolgação para tanto. Não é por causa da minha idade [ok, às vezes é, mas não o tempo todo], mas não sei, me sinto sufocada ao saber que não sou a única. E tenho certeza de que eles não irão notar que terá alguém a menos querendo um pedaço dos seus cabelos. Não que eu não queira, acho que eu morreria se tivesse tal oportunidade. Mas morrer por isso, me humilhar e falar disso o tempo inteiro, eu não vou. Não mais. Quase ninguém sabe, mas eu era muito assim, eu sonhava acordada, eu queria, eu pedia, eu rezava, eu desejava. Mas não faço mais nada disso. É tanta gente. São tantos corpos, tantas garotas, são tantos talentos que me pergunto o que cada uma delas poderá mostrar. E o que eu vou te mostrar. O que eu teria para você que seria diferente delas? O que eu teria que faria você lembrar do meu nome?
Até porquê as histórias que andei ouvindo são todas de paixão, desespero, oportunidade e muita, mas muita sorte. Coisa que acontece com uma em um milhão, ou melhor, com umas duzentas em um milhão. Continua sendo um número ínfimo, e o que Deus faz para escolhê-las? Elas devem ter algum coração de ouro, e isso eu tenho certeza de que não tenho.
Não vou fazer nada por vocês, já vi que não adianta nada na maioria das vezes. Não vou chorar à toa por ser só mais uma. Se eu não for, aí sim vou chorar, vou me descabelar, posso até morrer. Sentirei o fogo de querer fazer qualquer coisa, ter o poder de fazer qualquer coisa. Mas por enquanto não, é como se eu estivesse numa areia movediça, e o que é pior, está cheia de gente, mas todos se afogam junto.

'I'm coming home, I'm coming home, tell the world that I'm coming home...'

Eu estava na escola, e tudo o que eu lembro era uma partida de vôlei ou de queimado. Era a minha equipe contra a sua, como uma vez em que disputamos nós da terceira serie contra os grandões da quarta, e era meio que isso, só que estávamos crescidos. Enfim. Era uma partida severa, lembro de uma garota que não gostava de mim, lembro do rosto dela de um aniversário, e ela aparece às vezes para mim como minha rival, e não sei o porquê. Como uma personagem de desenho, também.
Não lembro como a partida se desenrolou, mas eu disse, era severa, e eu queria chegar perto de você, e eu não lembro se você estava fugindo de mim ou outra coisa. Além disso o tempo me ensinou a querer saber se você era você mesmo pela sua famosa pintinha do lado esquerdo do buço. E nunca era, mas eu queria e SABIA que era você.
Algo aconteceu com o jogo, acho que alguém tinha se machucado. Tinha alguém sentado no banco à sombra da árvore perto da quadra e estávamos todos em volta, e você estava também, com o rosto virado ocultando sua pinta. Você estava como numa foto bastante recente, mais forte, cabelo curto. Mas usava uma blusa branca e uma blusa xadrez vermelha por cima, coisa estranha. Acho que o motivo de alguem ter se machucado fui eu, porque eu tava nervosa e acho que alguem implicou comigo, e você parecia nao ter gostado.
No final quando algumas pessoas estavam indo embora, você estava de costas para mim e de mãos nos bolsos e falou: 'se você me perguntar qualquer coisa sobre isso, eu não vou te responder.'
Eu sei que você sabe que eu entendi. Você não estava falando do jogo.
Me deu vontade de chorar, e você foi andando pra perto de outros garotos que também iam embora. Então eu gritei 'Eu REALMENTE sinto sua falta, tá bem?'. Por um segundo [incrivel como eu podia sentir cada segundo], fiquei PRA MORRER com a reação que você teria, mas... você virou pra trás e sorriu pra mim. E havia o Sol da tarde, coisa que eu adorava na escola quando criança, atrás do seu rosto.
Aí eu acordei.








Meu desejo de te encontrar é tão grande assim dentro de mim? Será que vai valer a pena? Eu SÓ QUERO QUE VALHA A PENA. Eu quero que você sorria para mim. Do contrário, eu espero que as coisas continuem como estão. E que você continue tão bonito quanto dizem que está. Me disseram que você está mais alto. Que está bonito. Que tem namorada. O que você se tornou? Quem você se tornou? No que acredita? Pensa em mim alguma vez? Já me viu na rua? Nunca mais te vi. Me achou bonita? Sou louca pra ouvir a sua voz. Sou louca para ver essa sua pinta mais uma vez [pinta é o caralho, é verruga mesmo, e das boas, mas é muito linda, seja la como for]. Sou louca pra te dar um abraço e saber o que você andou fazendo. Não vou ter muito o que te contar, eu não mudei muito. Mas você mudou, aposto. Com certeza está ainda mais especial e inteligente. Continua simpático? Continua perfeito? Será que faz as pessoas felizes como você me fez, com o seu bom humor, com a sua inteligência, com a sua capacidade de tornar as coisas melhores? Quem faz você feliz? Você está feliz? Você seria feliz ao me encontrar?

terça-feira, 3 de maio de 2011

Nada não.

Tenho certeza de que não sou a única a sentir esse tipo de coisa, mas é bom saber que eu também faço parte desse grupo.
Eu só queria dizer que eu posso não sentir nada ali, tudo pode ser turvo e estranho, mesmo para mim que sonho realista e cotidiano, mas realista foi quando você segurou a minha mão e a acariciou, era só o que eu conseguia sentir, exatamente como eu fiz com você, e eu sei que você nunca fará comigo.
Bom, nada demais, só estou registrando. Me lembrei do dia em que sonhei com seu beijo, lembrando que nunca tinha recebido um seu. Mas o dia tinha chegado, e não é que a sensação era EXATAMENTE A MESMA?

segunda-feira, 2 de maio de 2011

'Hey, over there, please forgive me, if i'm coming on too strong...'

Ei, você. Você ri de mim? você me acha engraçada? você me acha legal? O quê? O que quer dizer 'legal'?
Você me acha bonita? você me acha inteligente? Eu sei que você não está sabendo, mas eu sou inteligente. Mentira, sou muito burra, sério, acredite. Mas eu sou legal, não sou? Você nunca me disse que era bonita. Eu quero que você me ache bonita. Você já sonhou comigo? Você espera por mim?
Você ao menos PENSA em mim?

'..just tell'em that it's human nature...'

E tudo se resume em uma pergunta:
POR QUE EU SEMPRE FAÇO TUDO ERRADO?





eu sei que ali posso tudo. Estou crescendo, é natural que eu queira ser o que quiser. O problema é que eu tenho medo de estar me tornando o que as pessoas não querem. Odeio ter a sensação de que estou fazendo algo errado, e eu SEI que estou. Eu SEI que estou te assustando, e EU SEI que QUAAANDO você pensa em mim, você pensa como uma, sei lá, uma retardada.
Se eu faço questão? É CLARO que eu faço questão. O meu nome é muito mais do que ele ainda é. Eu quero que você saiba quem eu sou. O único problema é que eu não sei como. Estou sempre exagerando. Você não quer mesmo me falar o que eu devo fazer? Sinceramente, eu me sinto mais confortável assim.
Se aquela sou eu? Sim, lógico. Mas de uma maneira meio não-eu. Aquele 'eu' que você está vendo é um 'eu' que por muito tempo não foi, e só está tendo coragem de se mostrar agora. Por isso meio que tem essa cara de monstro despenteado e desengonçado. Eu não sei o que fazer com ele, eu só sei que a única coisa que eu tinha que fazer era libertá-lo, porque o 'eu' que eu estava sendo, bem, não era mais eu. Eu não gostava de ser assim.
Mas eu quero que você goste de mim! Pra você gostar de mim eu serei o que você quiser. Eu não ligo. Eu só quero que você pense em mim, e pense bem. Você deve achar que eu estarei sendo pouco original sendo assim, mas eu tentarei ser a melhor 'não-eu' possível, e você não vai ligar, porque estaremos os dois felizes. Todo mundo gosta de uma mentira.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

'You, touch me and it's breakin' me down, me down, me down, me down...'

Difícil, difícil. Às vezes até esqueço. Mas não é você que me lembra essas coisas, são os outros. Os outros, que possuem tantas particularidades quanto você, e eu meio que os odeio por isso. Eu não te odeio porque, digamos, você mexe comigo, e isso é bom de sentir, porque o cheiro que você exala é o que me atrai, em vez de afastar. Eu sinto que o seu suor é diferente [apesar de TUDO NESSE MUNDO inclusive VOCÊ MESMO me mostrar o contrario], porque nós, mesmo meio longe, compartilhamos, mesmo você não sabendo, estamos trocando uma energia que eu queria, mas você não sabia que ia compartilhar um dia. E logo comigo.
Eu não sei explicar. Falando de um modo nada poético, o seu corpo me atrai. Não entendo o porquê, porque a sua artimanha devia ser usada de mim para você, e não de você para mim. Mas se eu me sinto atraída por isso, é porque ela é diferente do que deveria ser. Não é algo que combine com os outros, e parece que levo um choque toda vez que lembro que a sua energia não é destinada a mim - é aos outros, e sou obrigada a me recolher à minha condição e ter que te imaginar num mundo completamente diferente do meu [oh meu Deus, POR QUÊ?]. Porque, eu vou dizer mais uma vez, sua energia é diferente. É forte, é precisa, é autoritária, é masculina. E isso tem se insinuado para mim de uma forma tão horrivelmente sedutora que eu vou... bem, eu não vou fazer nada.
Eu vou continuar te olhando, até meu pescoço poder se virar para um lado onde haja algo diferente e melhor para mim.

'...I guess nobody noticed it...'

Eu tinha guardado na memoria para escrever, só que eu simplesmente ESQUECI. Não sei como, e sinceramente nao sei se fico feliz com isso, mas enfim, acho que isso significa que se tornou irrelevante.

UPDATE:
não tornou, porque me ligaram e estavam falando dessa pessoa, e meu coração bateu forte, mas enfim, já vai passar, espero.



VOLTANDO:
28 de abril de 2011, quinta-feira, mais ou menos às duas e meia da tarde, eu pude finalmente ver o seu rosto. Estava tudo a mesma coisa. Queria que tivesse mudado algo.
Aliás, mudou sim: deve ter sido impressão minha, mesmo, mas eu senti que estava mais alta que você. 'Só' isso.

terça-feira, 26 de abril de 2011

'you love me.. you hate me... you want me... I DON'T CARE.'

Eu não ligo de ficar só olhando, não ligo mesmo. O chato é que eu esqueci que estava com os olhos nus e você estava olhando também. Eu estava MEDONHA. Mas eu esqueci. Eu estava olhando para o seu rosto, e isso era quase que um sonho realizado. Coisa que eu sempre quis foi ver o seu rosto de perto, saber se um dia poderia agir normalmente. E eu agi. Foi tão bom! Até porquê eu sei que você não iria sentir a mesma coisa, eu não ligo, mas tipo, você ESTAVA me olhando. Nos olhos. Você queria ouvir o que eu tinha a dizer. Sem saber, você está fazendo a garota mais feliz do mundo! Queria te ter pra sempre.

'...believe in yourself, no matter what it's gonna take. You can be a winner, but you gotta keep the faith...'

Queria transformar seu choro no meu, mas posso dizer que eu não precisava disso naquela nora, então o que eu fazia era tentar passar um pouco da minha força para você. Você não aguentou e achou que era a única. Não era. Você, aliás ninguém, faz idéia de há quanto tempo tenho engolido meu choro, a cada dia, a cada ano. Eu tenho assistido cada uma de vocês cair se levantar, eu vi cada uma de vocês crescer e ficarem com medo dele. Cada uma de vocês foi assistida por mim, mas mesmo assim eu não soube como te amparar. Eu também quis chorar, mas quem ia enxugar minhas lagrimas e dizer que estava tudo bem? Eu já senti cada coisa ali.
Mas eu queria te dizer que é assim mesmo. Eu queria até chorar junto, mas eu não chorei, eu o encarei e contra-argumentei. Engoli meu choro e o transformei em revolta, que se transformou em energia. Ninguém notou que um dia [um dia não, muitos dias] meus olhos, desnudos, estavam vermelhos. O que me deixou surpresa, mas feliz, porque eu não queria que ninguém me visse chorar, imagine, olhe para o meu tamanho! Estou ali há tanto tempo e já vi muita gente desmoronar, e vendo, dava vontade de desmoronar também e pedir colo. Mas a quem?

'...baby, don’t you wanna, dance up on me?...'

Gostei de saber. Gostei mesmo. Não que eu não tenha me irritado naquela hora, mas eu não sei por quê, agora tudo o que eu sinto é vontade de rir de vocês e te encontrar só pra ficar olhando pra sua cara e saber o que você tem a dizer. Você vai se LEMBRAR para poder dizer?
Apesar da raiva, eu sinto pena dela. Eu não posso me forçar a entender isso, foi insanidade pura, mas minha mão está coçando para escrever 'eu não entendo por que ela fez isso'. Ela é tão idiota, tão pequena, tão... eu não sei. Ela é uma idiota e é tudo o que eu consigo dizer. Tosca. Pífia. Energúmena!
E quanto a você... poxa, eu não consigo descrever o que eu estou sentindo. Eu gostaria de pelo menos tirar a roupa na sua frente, é uma sensação parecida com essa. Eu gostaria de dizer o quanto eu tenho pena de você por ir ao nível dela. O quanto você é idiota por ter falado aquilo tudo comigo, por ter desviado, por ter tido vergonha [vergonha??]. O quanto você é PEQUENO perto de mim. O quanto que eu gostaria de MOSTRAR a você, porque, meu Deus, eu NUNCA me senti assim, eu nunca tive a CONSCIENCIA TÃO CERTA de que você poderia se surpreender. Ela é tão pequena, vocês dois são tão pequenos juntos. E eu SEI que você é grande. SERÁ QUE VOCÊ NÃO VÊ? Bom, eu vejo. Daí que EU saberei ser conduzida, EU saberia o que fazer, sou eu quem... SOU EU QUEM SABE. Ela? Ela é sempre um momento, ela vai viver sempre assim. Eu não. Você sabe. Você viu.
Odeio ter que dizer isso, mas Britney Spears me entenderia.


baby, can you handle this? I dont think you can handle this.

Come here and take me!

Tipo, não sei se é masoquismo, mas é que tem sido um negocio bem diferente. Eu tenho enfrentado meus medos e você tem visto mais uma vez, mas com uma diferença: eu não enfrento calada. E assim lavo a minha alma. Eu tenho passado pela humilhação de não saber fazer nada direito, de não conseguir fazer o que você quer, mas a partir do momento em que você olha para mim e me diz o que eu tenho que fazer, eu me sinto alegre. Alegre porque eu tentei e você sentiu que eu tentei. Caio, mas me levanto com raiva, e te olhando frio e perguntanto 'por quê?'. E você me pede para ficar calma. Eu digo que estou calma e rio por dentro.
Eu não ligo se você tiver raiva de mim, eu não ligo que você grite comigo, porque só assim eu sei que você sabe que eu existo, e eu vejo que você se importa e as vezes me sorri. Me pede para levantar e ficar calma, diz que eu estou usando muita força.
Afinal... eu vejo que a ela você deve seu silencio. Pode continuar gritando. É sua voz que demonstra seu respeito por mim.

domingo, 24 de abril de 2011

Heaven Can Wait.

Por que eu ainda sorrio quando me lembro do seu sorriso?
Coisas que nunca vou compreender.
Eu continuo esperando você entrar por aquela porta. Vou voltar a sentir frio, vou voltar a ser alguém, vou voltar a ser o que era?
Acho que isso não importa mais. Não do jeito de antes.
Porque agora eu sei bem quem sou, e era isso o que eu queria te mostrar.
E daí, né?





É o caminho dele o que eu quero percorrer. É nítido e bonito e intocável. Você nunca o teve.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

'...and Susie's ain't your friend!'

Eu não tenho prestado atenção em você, mas nas poucas vezes em que o fiz pude perceber que você tinha algo mais a sentir. Estou preocupada demais comigo para te olhar, e por isso queria um dia te observar e saber o que vocÊ sente [porque eu sei que você não vai encontrar palavras pra me contar]. Se você está zangada ou humilhada. Se um dia você sente um pouco da vergonha que eu não hesito em sentir. Eu quero saber se você sofre, PORQUE NÃO É POSSÍVEL que você consiga manter a serenidade diante de toda essa humilhação que EU SEI que você passa. Eu ia dizer que talvez você realmente não sinta isso tudo e que isso é mais uma prova da minha mania de achar que todo mundo tem que ter paranóia, mas um dia qualquer eu pude ouvir que você sente algo sim. Não lembro do que era. Era raiva, e era uma raiva conhecida minha [pois sou involuntariamente adepta a ela], reprimida, nem um pouco franca e honesta, relutando em sair e acabar com tudo, mas você se segurou. E eu não sinto raiva disso. Sinto uma pena e um prazer inexplicável em saber que eu não preciso me sentir a pior pessoa do mundo.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

É pedir muito?

Eu nem sei como transformaria isso num texto digno de aplausos, porque tudo o que eu queria era simplesmente falar, gritar e mandar cada um de vocês me dar o rosto para eu dar um tapa.
EU ODEIO quem me engana com um sorriso no rosto. TAMBEM ODEIO ter duvidas. ODEIO. ODEIO ter que me forçar a acreditar em algo só porque todo mundo tá acreditando! Claro, isso é a coisa mais ERRADA a se fazer, mas e se for verdade e depois tudo o que me restar é meu orgulho?
Eu falei que não merecia. Taí a prova. Será que existe algum curso intensivo para ser simpática?
Ser simpática para mim é ser puxa-saco ao extremo, coisa que todos estão fazendo. E conseguindo.
Ser simpática não me convence. Me sinto uma idiota, essa não sou eu. Malz aê.

domingo, 3 de abril de 2011

Só testando...

Esta sou eu, e ninguém gosta de se lembrar disso. Pra falar a verdade, nem eu. Tudo será uma grande enrolação.
Eu só me lembro da tremedeira. E da convicção de que eu não conseguia fazer nada. Estela estava se saindo melhor que eu. Mas eu não a via, eu só via aquela sombra esquisita.
Também me lembro da única palavra que conseguira proferir. Desculpa. Desculpa, desclpa, desculpa. Eu tinha ido ali, suportado tudo aquilo, pra nada.
Estela está ali, falando com ele. Eu não vou. Ela merece. Depois, estou até vendo, ela me puxará e tentará uma linda harmonia entre os três. Eu não quero. Eu o quero só para mim. Se for qualquer coisa além disso, eu não quero. E, por Deus, ela está tão bonita, obviamente muito mais do que eu.
- Ah, deixa eu pegar para você.
- Ai não, meu vestido! Sua jaqueta...
- Tudo bem.
Mas ela, ELA, não tinha se sujado. Enfim, não foi culpa minha, mas até que poderia ser. Meus Deus, ele ia trocar de roupa?
- Meu Deus, aquilo foi de propósito?
- Você sabe que não. Olha lá, que lindo, ele está só de colete. É melhor assim.

***

- Não importa, isso é para você.
- Hm, obrigado. É linda. Você não vai mesmo dizer o seu nome?
- Não, eu não vou. Procure lá na lista da audição. Se você realmente não se lembra do meu nome, deve ser porque não vale mesmo a pena.
- Quanta negatividade. A flor vai murchar desse jeito.
- Não tem problema. Sinceramente? Se em vez de eu tê-la dado a você, você tivesse dado para mim, ela seria jovem e viva para sempre.
- Bom, então... é para você. De mim para você. É sua.
- Seu gesto é lindo, mas não vou aceitar, de qualquer modo. Obrigada.
- Mas por quê?
- Bom... na verdade receber flores nunca foi algo espontâneo para mim. E, partindo de você, se fosse assim, eu poderia pensar que me ama.
- Hm? Desculpa, eu não entendi.
Olhei para os lados, peguei a sua mão direita e levei para diante dos meus olhos, analisando e tocando sua pele e suas unhas escurecidas.
- Eu quero que você me ame. E pode ter certeza de que não estou te dizendo isso com o maior gosto do mundo, porque no final deste corredor praticamente todas as mulheres vão te dizer a mesma coisa, e não é a primeira vez. E se você nem ao menos sabe o meu nome, não é de se esperar que você pense em mim. Estou dizendo essas coisas todas só para te impressionar e você achar que tenho algo de especial, mas tenho quase certeza de que não vou conseguir. Mas quem sabe um dia? O amor vive para sempre.
Beijei a mão que estava segurando e abri a porta que dava para o banheiro. Era a mais próxima, e apesar de querer ficar, o que mais eu poderia lhe dizer?

quarta-feira, 30 de março de 2011

'You could be my unintended choice to live my life extended. you could be the onde I'd always love...'

Ele tinha que tocar a ferida. Foda-se. Eu também vou ser feliz um dia.
Só quero saber se eu vou ser forte para deixar que isso aconteça.

Birds flying high, you know how he feels...

Eu não sei se isso é uma coisa que vai dar e vai logo embora.
Eu só sei que não houve choque. Só há a paz.
Será que estou crescendo? Eu já sabia que algo tinha que mudar. Mas mesmo assim, é uma grande surpresa.


Tomara que a paz continue. Senão eu não vou suportar.

quarta-feira, 23 de março de 2011

'...even tough we cannot last forever baby, you know what I want right now...'

Eu quero realizar todos os seus sonhos. Eu quero contar os seus gomos, te contar a minha vida inteira, confiar em você, você confiar em mim fazer com que nos respeitem, eu quero um monte de coisas lindas e ridículas, coisas que você também quer. Eu quero ser respeitada [mas será que somente quando você passou a me ver eu conquistei esse respeito?]. O mundo está mais colorido e eu ligo pra tudo e pra nada.
Amo seu nome, amo seus gomos, amo sua mente, e quando te vejo, não há alegria maior e meu coração não pára de felicidade, e minhas pernas falharam outro dia, mas me recompus rápido, para que você pense que eu sou aquela mesma menina arredia e estranha, porque foi assim que eu te conquistei, e minha verdadeira personalidade é um segredo que você agora guarda.
Mas eu não estou falando de amor. Ou melhor, estou. Mas é que é tudo tão melhor agora que eu não seria capaz de estragar tudo por uma coisa mais forte, não preciso disso, eu não preciso de nada. Há muito tempo eu já sabia que a gente precisava um do outro. Mas eu não tinha coragem de te mostrar. E, uma vez ao seu lado, eu tenho coragem para tudo. Você está me libertando aos poucos, e eu te amo por isso.
Muito obrigada.

'speechless, speechless, that's how you make me feel...'

Te amo já, porque eu sei que você ama o que há de melhor em mim. Há tempos não me sinto realizada, e pensar que isso foi algo que é meu, feito por mim, de mim para você... não tem preço.

domingo, 20 de março de 2011

"...I can't ever run and hide, I won't compromise, 'cause I'll never know ..."

Pois é, se eu, ao assistir aquela cena toda, já havia me sentido mal... bem, acho que eu só me senti mal porque eu me imaginei como a protagonista. Eu não sirvo pra ser assim, porque minha garganta me impede. Ela se fecha e não me deixa fazer nada, muito menos dizer nada, decidir nada.
Eu não gosto de ser assim, mas é como se fosse desde sempre, sabe? Eu sou assim há muito tempo, e não é algo voluntário. Minha garganta se fecha, ao escutar meia dúzia de palavras. É como se eu mesma me impedisse de viver. Tanto é que um minuto depois eu paro e penso o quanto seria DESCONFORTÁVEL ter ido. Aí desisto da idéia e vem aquele consolo 'foi melhor assim'. Eu nunca fui. Eu nunca quis. Minha garganta nunca deixou. É uma tal náusea e tontura que eu não sei explicar, como se a qualquer gesto seu eu pudesse morrer. Morrer antes de me contaminar com você, porque se você me quer, é porque você não presta. Como se desde que você tivesse cravado os olhos em mim você já iria sugar a minha alma, não sei. Só sei que essa situação toda SEMPRE me pareceu perigosa. Ficar só observando é o que eu tenho feito, e apesar de doer um pouco, eu até sou feliz assim. Eu não ligo mais.
Mas é engraçado como isso parece ser uma desculpa do hoje em dia para não ir em frente, mas não é. Eu já disse que isso acontece desde sempre, e eu não tenho a menor ideia do porquê. Eu só sei que sempre foi assim. Minha garganta se fecha não só pelo que me acontece, mas pelo o que eu vejo e imagino o que pode acontecer comigo. Como se isso não fosse bom, embora TODOS me digam o contrário.

'Baby, baby, baby, spend your time on me...'

Eu queria gastar todo o meu tempo com você. E eu queria que você gastasse o seu tempo comigo também. Hoje eu pude sentir tudo aquilo que eu apenas contemplava de longe. É quase que um sonho realizado. Devo dizer o quanto você estava bonito hoje [e eu estava tão imprópria, o que você devia estar pensando?], e eu pude olhar nos seus olhos, e você, surpresa, olhou nos meus, e com uma receptividade INCRÍVEL! Mas eu não pude ir tão fundo, mas eu queria saber tudo, queria que você me dissesse tudo, e eu pudesse dizer tudo [quase que eu o fiz, mas você ia se assustar, ou pior, ia contar para aqueles que são ainda mais proximos do que eu]. Mas eu queria ficar ali para sempre. Agora não tenho mais medo, porque eu sei até que ponto eu te tenho.
Hoje pude ver tudo aquilo que eu queria, e tenho gasto um grande tempo pensando em você, no que a gente ainda poderia fazer - coisa que eu nunca esperava que fosse acontecer!
Eu guardo fotos suas, e ninguém pode saber. Eu não posso deseja-lo - é maaais um daquele velho erro meu, meu Deus, eu sou incorrigível! Mas eu posso contempla-lo, e lembra-lo como a melhor coisa que eu fiz acontecer nesses ultimos tempos. Tempos tão contados meu Deus, que tenho vontade de chorar ao me lembrar disso!

sábado, 19 de março de 2011

"I'm telling you, let's just give it up and get down, and get down, and get down..."

Então, eu queria te dizer que a minha maior felicidade no momento é poder ver o seu rosto sem que eu fique com vergonha. É estranho, e não sei se isso acontece só comigo porque eu nunca perguntei isso a ninguém, mas eu não consigo olhar ou imaginar a pessoa que eu amo sem sentir uma súbita vergonha, como se voce estivesse me olhando também. Isso acontece com fotos e até sonhos. Se eu sonho com você, eu simplesmente SEI que você está ali, mas eu nunca vejo o seu rosto. Quando sonho acordada, eu NÃO CONSIGO [ou não quero?] me lembrar do seu rosto. Como se ele pudesse me condenar, como se de repente você fosse ficar me encarando e perguntar 'o que você está fazendo? Você nao tem esse direito!'.
Eu só queria saber se essa nova fase indica que te amo e te desejo menos. Sinceramente acho que não. Só amadureci. Com você é claro, porque as coisas continuam confusas para a minha mente, e a minha 'tearapia de bloqueio' continua indo muito bem. Até porque, para que eu pudesse te ver outra vez, eu tive que me curar, e só fiz isso me afastando de você. Eu sabia que se eu continuasse, eu poderia piorar, eu ficaria doente, e você não iria me ajudar. Mas hoje eu estou livre e não te temo, e te amo ainda mais por isso. Posso olhar para você exatamente como você é, pois antes eu só via o que imaginava que poderia ver, o que obviamente não era a realidade, e acho que era isso o que me machucava mais. Eu fugi para que pudesse viver com minha própria realidade, mas eu fui percebendo que isso não era justo, então fugi ainda mais, para um lugar onde não pudesse te ver ou te pensar, para ver se não cometia mais algum pecado, porque você não merecia, e eu sabia disso, e eu queria te proteger. Fico pensando se o que eu fiz foi errado, porque você de fato precisava de mim, mas você aguentaria a presença de alguém que acima de tudo tinha vergonha de você, até quando ninguém estava olhando? Eu não gostava disso, e você também não. Então eu fugi. Mas eu voltei há tempo suficiente para que eu pudesse dizer 'admito que ainda te amo e se voltei é porque não tenho mais o que temer'. O que aconteceu depois não teve a ver comigo, eu aconteci ainda antes.
Mas não é isso o que importa. O que importa é se eu vou continuar ao seu lado ou te esquecer. Eu não vou, aliás, eu não esqueci por completo naquela época.

quarta-feira, 16 de março de 2011

'She's going Hollywood Tonight...'

Mas o que que é isso? MAS O QUE QUE É ISSO? Que absurdo! Isso nunca aconteceu comigo antes!
Eu só vejo sorrisos e portas abertas. E os sorrisos ainda não se desfizeram. É alguma brincadeira? Alguém pode me explicar o que está havendo?
De repente tudo aos meus pés. Isso é um teste não é? Você está querendo saber do que eu sou feita.
Mas aquela estranha que você viu não era nada mais do que eu. Finalmente pude te mostrar mais do que o que você viu, e você gostou do resultado. Não sou mais nada que isso, e por favor, não me tente a piorar. Eu não quero piorar, porque EU POSSO SIM piorar. Eu não quero cair na armadilha de cair a máscara. Estou te oferecendo o meu melhor para que você não tenha o que suspeitar, para não ter que querer tirar. Deixe o pior de mim quieto. Selecionei e mastiguei tudo para você. O que você está fazendo que continua sorrindo pra mim? Isso será eterno? Eu queria tanto que fosse.

terça-feira, 15 de março de 2011

Sabe, eu tenho a sensação de que não vai durar. Não vai. Uma hora vai cansar, e isso vai se tornar repetitivo. Quando esse dia chegar, eu vou me odiar. Mas é o que tem acontecido.
Será que agora não pode ser diferente? Agora que as coisas estão dando certo? Eu não mereço algo longo e digno de confiança?

quarta-feira, 2 de março de 2011

Human Nature.

Todos dizem a mesma coisa, e até que eles têm razão: nada disso faz muito sentido.
Mas o pouco sentido que isso tudo faz é crucial: eu gosto de ficar bem. Eu gosto ao menos de VER QUE tudo está bem. Se eu vir, eu vou sentir. Pode ser fingimento, eu não ligo, nada do que eu vivo é muito verdadeiro mesmo. Mas que esse fingimento seja BEM fingido. Se eu consigo fingir para mim mesma que está tudo bem, por que eles não podem também?
É verdade que eu gosto de tudo certinho, então é provável que eu goste muito mais de ver a verdade. Mas a verdade é tão chata. A verdade me atormenta o tempo todo, me fazendo ficar presa a um mundo que é o mais normal e sincero possível, mas não é o meu. EU ODEIO ESSE MUNDO.
Então eu vou partir, e não vai demorar tanto. E vou sozinha, o que é maravilhoso. Mas eu não vivo sozinha no meu mundo desde sempre, e não quero ter uma vida melhor sabendo que as pessoas que antes viviam no meu mundo vão continuar num mesmo mundo, não vão se renovar, não vão ser felizes comigo. Eles estarão entregues à toda sorte de desgraças que continuarão acontecendo, porque eles escolheram ficar. Ou pior, eles precisam ficar, pois este realmente é o mundo deles, gasto e triste, onde eu me criei e daonde eu nunca deveria sair, porque senão será nada mais que abandono, ou egoísmo.
Tenho certeza que se alguém partisse em vez de mim, eu faria de tudo para ir junto. Sou invejosa. Quero sempre tomar parte daquilo que não é meu, e que parece melhor, e é INCRÍVEL como ninguém até agora mostrou ser assim [o que é bom, mas é estranho]. Porque eu tenho CERTEZA de que eu seria. Eu não gosto de estar atrás de ninguém. Mas agora descubro que não gosto de estar à frente de ninguém. Isso parece meio altruísta, mas ao mesmo tempo não é. Talvez seja comodismo. Mas se fosse comodismo, eu não optaria por viver, eu não estaria fazendo planos. Mas é incrível como eu sempre arrumo um jeito de ser má. Ora eu sou má comigo mesma, sendo altruísta [ou cômoda], ora eu sou uma traidora. Será que não há um jeito de tudo ficar bem, e que seja AO MESMO TEMPO?

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"I've got sunshine, on a cloudy day..."

Não sei não, hein. Tudo ali era uma coisa só, e era fascinante, e por isso, estranho. Tão perto que eu queria que fosse pra longe, mas quer saber? Mal posso esperar pra te ver de novo, e me sentir em casa, porque é realmente difícil me alojar em alguém, e você conseguiu isso com cinco minutos. E tudo está tão tranquilo, tão leve, que eu teria medo de pôr qualquer maior sentimento que poderia existir. É uma lembrança limpa que me vêm, daquelas que são impossíveis de serem carregadas de remorso ou vergonha. Por que as coisas não podem ser sempre assim?

'I lost my heart on a carousel...'

A história não é bem assim, eu não sou tão altruísta como as outras insistem em dizer que são. Não que eu não queira saber que você é feliz, mas eu vou ser sincera e dizer que não é SÓ ISSO o que eu quero. Não que você vá ser infeliz porque eu sou infeliz. Não! Eu queria ser feliz por fazer você feliz. Ver não é tudo. Eu queria fazer alguma coisa, qualquer coisa, para que seus olhos brilhassem diante de mim, e só pra mim. Mais do que isso, eu queria ter A CHANCE de poder fazer alguma coisa. Se eu estou olhando pelas suas frestas é para saber se há algum vestígio de mim nelas. Ou a chance de entrar por elas. Tenho certeza de que o espaço seria suficiente. Só não sei se eu duraria muito tempo antes de você perceber que incomodo. Tantas já te incomodaram antes e eu gostaria de ser diferente. O que é meio difícil, porque todas são diferentes umas das outras. O que, no final das contas, me deixa feliz, porque se há espaço para elas, talvez haja espaço para mim, porque eu posso até ser igual, mas vou me esforçar para ser diferente. E eu sei que você entenderia. É claro que tenho medo de que não entenda. Mas até você sentir que não presto, eu já teria tido tempo de segurar a sua mão, e isso seria [quase que] o suficiente. Eu só queria uma chance de te ver.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Stop... before you get enough.

A impressão que eu tenho é que os meus melhores momentos são aqueles que não acabam. Aquela tensão, a imaginação, a presença meio que desconfiada e duvidosa, e todo o anticlímax que o momento faz questão de provocar [ou sou eu que faço isso?], faz com que mereça uma continuação, uma fantasia que nunca vai acabar. E que eu nunca vou deixar de perseguir.
Por enquanto então quero que sua mão esteja nas minhas costas. E arranhe-as até eu dar uma desculpa qualquer, mesmo que eu já esteja de olhos fechados. E vá embora. Mas volte amanhã.

Rock your body.

Eu não quero aprender do começo, embora seja REALMENTE necessário. Eu não quero ser sua pequena. Eu quero respeito. E de preferência que ele venha quando você disser que me quer, do jeito que eu quero. E no final das contas não vai ligar pra quem eu sou ou como eu estou. Você só vai, e eu irei com você. Porque se você quiser me explicar ou dizer alguma coisa, eu dou o fora. Eu quero o seu silêncio. E o seu sorriso.
Dá vontade de largar tudo e dizer 'é isso aí, e daí?'. Mas eu vou ligar para o que vão dizer. E eu não quero que saibam. Eu não quero que digam. Eu quero que tudo esteja no mesmo lugar. Até que eu me canse de estar no mesmo lugar. Mas canse mesmo. Que nada mais importe. Porque tudo ainda importa, e não sei quando isso vai acabar. Talvez nunca. Sei lá.
Já vai passar. JÁ VAI PASSAR. Respire.

"...Baby, don't make me fly away, gonna stay..."

Desejar aquilo que não tenho por perto é vício. É uma ânsia de mudar de vida, de viver o novo, de fazer coisas que eu nem iria QUERER fazer exceto com a única pessoa do mundo que poderia fazê-lo [que no fim das contas ela não existe, pois eu a inventei e ela faz tudo de acordo com os meus [não]caprichos].
Mas isso é temporário. Esse desejo todo são faíscas que saem uma vez ou outra, e logo tomam o seu lugar, eu respiro fundo e tudo volta ao normal. Eu TENHO QUE sentir que está tudo bem sempre. Senão nada estará.

Mas meus olhos brilham vez ou outra e de repente tudo se transforma na agonia. Então a verdade vem: isso não me pertence. E nunca vai me pertencer. Que eu sei. Eu só não sei das coisas que são REALMENTE improváveis, isso quando a minha imaginação, que adora antecipar as coisas, estraga tudo.
Eu já passei da época de ficar contando os dias para que as coisas acontecessem. Vez ou outra dou sorte e as coisas acontecem, mas o que eu realmente sinto é que elas acontecem num momento totalmente errado. Como se eu estivesse forçando as coisas. MAS NÃO ESTOU MAIS, MEU DEUS, EU JURO. Já fiz isso uma vez, e jurei para mim mesma que NUNCA MAIS eu iria fazer isso.
Mas elas acontecem mesmo assim. Os momentos vêm e o melhor que eu tenho deles são as lembranças.
Então eu é que estou errada. Mas por quê? Tudo fica na mesma quando nada acontece, e é contra as regras ficar de braços cruzados, e é verdade, às vezes eu não SUPORTO ficar de braços cruzados. Então eu os abro e as coisas acontecem. Mas nunca parecem que acontecem. As lembranças que eu deveria prezar não passam de um borrão para tentar esconder o que eu fiz de errado [mesmo eu não tendo feito NADA, juro, NADA, eu sempre arrumo um jeito de estragar as coisas], então eu tento melhorar as coisas na minha cabeça, e quero logo o próximo acontecimento. Mas ele demora. E quando acontece, parece que demora para acabar.

Mas eu estava falando das coisas que não me pertencem, e era disso o que eu queria falar, mas vejo agora que não tenho nada pra dizer. As coisas simplesmente não são minhas, e é só. Me dá agonia, sim. Uma profunda agonia. Pensar que eu nunca mais vou sentir, fazer ou ver algo ou alguém. E isso me dói TANTO, e tenho sentido isso tantas vezes nesses dias. Não é a incapacidade de segurar as pessoas [isso eu realmente já estou acostumada, e até é feliz às vezes], mas a incapacidade de trazê-las para mim. Elas estão muito além.
Ou eu é que estou. Não sei. A culpa é sempre minha.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

'When I grow up...'

Todo o tempo que estive com vocês, tentei ler as suas mentes. Por que estavam ali. O que os levou até ali. E, o mais importante, se MERECIAM estar ali. Sabe, se tudo isso iria durar. E ao mesmo tempo eu me perguntava se eu ia durar também. Tudo indica que não.
Mas eu quero. São coisas que estão dentro de mim desde pequena, todo aquele brilho e aquelas vozes. Talvez eu tenha, mas não saiba usar. Talvez eu saiba usar, mas talvez isso ainda não seja o bastante. Como vou saber?
O tempo está passando e eu me dei conta disso quando os vi. Jovens, bonitos e o mais importante, estavam ali com o mesmo sonho, e cada um com uma forma e um talento diferente para chegar até ele. Eram vários tons. Tantos, mas nem assim eu conseguia encaixar o meu.
O tempo está passando e fico pensando se poderei viver o que vocês certamente vão viver. Acho que não, pois minha idade não permite, e o mundo lá fora vai perceber isso até antes de mim. Fico pensando o que vou poder fazer por eles e por mim, e se assim eles vão me querer. ATÉ QUANDO eles vão me querer. Estou com tanto medo de não dar. Estou com tanto medo de ser deixada de lado. Porque as pessoas podem não acreditar, mas a minha vida só está começando, e quero aproveitá-la do jeito que todos fazem. Quero sentir-me crescer. É claro que quero que vejam que sou uma mulher, mas quero que saibam que ainda posso ser uma menina. E que não façam o favor de lembrar que um dia terei que ficar velha. Porque não tenho tempo a perder, não tenho tempo para pensar nisso. A minha vida está só começando, e será que alguém vai dar a mínima pra isso?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

'Bury it, I won't let you bury it...'

'I think I'm drowning, asphyxiated. I wanna break this spell that you've created...
You're something beautiful, a contradiction... I wanna play the game, I want the friction.
You will be the death of me. Yeah, you will be the death of me.
I wanted freedom, bound and restricted... I tried to give you up, but I'm addicted.
Now that you know I'm trapped - sense of elation - you'll never dream of breaking this fixation...
You wil squeeze the life out of me.
How did it come to this?'

'Yeah, you will be the death of me...'

Uma faca em seu estômago e sou eu quem sente o impacto. Eu caio para trás e então tudo desaparece, eu ouço sua voz dizendo qualquer coisa. Eu oscilo, flutuo num mar verde e quente de febre, vertigem e náusea. Nós na garganta. Eu fecho os olhos sem querer, surge uma parede e eu me apoio nela, me sinto bêbeda, meus joelhos estão fracos. Quero desmaiar. Vou desmaiar. Mas estou flutuando, meus pés estão dormentes, eu não posso cair. Vou vomitar.
Eu nunca me senti assim. Ninguém nunca me fez sentir assim.
Eu sou sua assassina. E quem está morrendo sou eu. Você segura a minha mão, eu me ponho em seus braços e lambo seu sangue. Eu quero que ele seja meu. Só meu.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

"...'cause darling, you are the only exception..."

E não tem UMA SÓ palavra de carinho que eu não pense duas vezes antes de dedicá-la a você. Não que você não as mereça. Mas talvez porque eu ache que elas não mereçam ser proferidas por mim. Se eu estiver fazendo algo errado, você não vai me achar uma idiota hipócrita?
Todos nós somos. Mas eu só queria que você soubesse que eu sei disso. Só queria que você soubesse que, antes de qualquer frase ficar pronta, cada palavra foi pensada com um aperto no peito. Eu poderia dizer que é de medo, mas se é medo, muitos vão dizer que não é amor.
Talvez não seja mesmo amor. É algo talvez melhor que isso: respeito. Daí o amor seja feito um dia. Quem sabe.

Não consigo deixar de ficar com o estômago embrulhado. Por que eu tenho que me importar tanto com o que os outros dizem?

Gloria in excelsis.

Eu quero por que você ainda é assim. Eu quero saber por que você ainda me trata assim.
Ou você é realmente o famoso arcanjo ou eu resolvi reencarnar a Maria Madalena. Tá esperando eu ser canonizada né? Deus te abençoe, valeu.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Desculpa.

Não dura, não dura. E isso é duro. Não adianta isso, não adianta aquilo, porque ela não vai conseguir. Ela não vai reter. Ela não vai pensar duas vezes.
Ela não sabe pensar, e talvez a culpa seja nossa.
Nós a destruímos ou ela já nasceu e cresceu destruída? Essa é a melhor resposta [ou desculpa] no entanto.
Porque no fundo no fundo, tudo é culpa nossa.
Eu penso em salvá-la o tempo todo. Mas o duro é isso: salvar o tempo todo. As pessoas só salvam uma vez. Quem pode continuar salvando é ela mesma, nós não podemos fazer muita coisa, ela precisaria se salvar a cada segundo, se reinventar a cada segundo.
É coisa de íntimo. É coisa de tempo. É coisa que está além.
De todos nós.
Sabe, acho que é porque ela simplesmente existe. Nós não compreendemos quem existe, pois o que fazemos é viver. E se ela simplesmente existe, nós de repente sentimos que temos de viver por ela [porque todo ser humano tem o dever, não o direito, mas o dever de viver].
Mas não podemos. Eu não posso. E nem quero. Mas é vida pela vida, certo? Ela me fez viver, e agora temos que fazê-la viver também. Mas é um pouco diferente. Era o meu começo. O dela, bem, não é bem assim.
Então vem a pontada de dor. Intensa. Em mim. Mas esta vai durar o tempo em que ela viver. Porque daqui a pouco ela vai apenas existir. E viver. E existir.
Ela precisa se exaltar para viver. São borrões aqui e ali, e gritos ou choro. É assim que ela vive. Quando ela deixa de se situar, ela apenas existe. Flutua.
Então é só pensar que tudo é temporário. E tudo fica bem. Por enquanto. Enquanto ela existe, tudo está bem.





Eu odeio ser assim. Eu odeio ter que passar por isso, eu odeio ver isso, eu odeio ter que escrever sobre isso. Como se eu não sofresse. Como se eu não me sentisse mal o tempo todo. Porque eu sei que está tudo bem, mas isso não quer dizer que eu estou em paz.
Até porque, quando eu finalmente tiver paz, esta virá em forma de um sono profundo. E eu não quero passar por isso, porque eu não quero sofrer mais. Eu sei que é inevitável, mas... será que não há um jeito de as coisas se consertarem? De começar de novo? De ir lá, lá atrás, quando as coisas começaram? Será que eu nao podia parar o tempo? Será que se eu fizer alguma coisa, as coisas vão melhorar, apesar de a melhora ser temporária, assim como tudo o que ela vive? Será que não há um jeito de fazer todo mundo feliz, sem ter que abrir mão de nada? Será que não podemos ser todos felizes, AO MESMO TEMPO?


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Você que lê e não lê isso aqui.

Vai se foder.

'A whisper, a whisper, a whisper...'

Por favor, não brinque comigo. Não pronuncie essas palavras todas agora, não gaste, não profane, porque no dia que tiver de usá-las de verdade, eu quero que saia da sua boca para o meu ouvido, e que seja bem de perto, e quero sentir o hálito de cada uma delas. Quero que seus olhos estejam fechados. E que sua mão esteja sentindo o meu coração.
Mas agora não.

'The mind is the magic, is you...'

Eu construo meu mundo. Eu o invento a cada segundo, e está tudo bem. Não há nada fora do lugar, eu não permito que esteja fora do lugar. Eu não abro mão. Eu não vou. Eu não sei. Eu não faço.
De repente tudo me invade e tudo cai.

Sabe o que é sentir-se impotente? Como se sua coroa tivesse caído?

Talvez amanhã o meu reino se recupere. Levo algum tempo para reconstruir os muros de novo, e logo depois eles caem de novo. Eu não ligo. Adoro utopias. O que seria de mim sem elas?

Alguém com uma cabeça de menos sonhos. Quero ter e realizá-los todos, e quando meu muro cair de novo, vou ter uma lembrança ou fantasia nova para reconstruí-lo.

Porque chove muito no mundo lá fora. Nossa.