domingo, 6 de junho de 2010

a Verdade está fugindo de mim... de novo.

Nunca me importei muito sobre a ética de acusar as pessoas. Na verdade eu nunca tive oportunidade para tanto, eu sempre fui uma garota que tentava evitar brigas [enquanto pôde], então nunca liguei para esse negócio de tomar cuidado com o que fala. Isso só começou a acontecer [e a doer] agora, que estou no meio de um furacão de pessoas e acontecimentos, e muitas, muitas discórdias.

É aí que a palavra 'verdade' começa a bater. Todos querem a verdade, mas a quem a verdade quer? Eu sempre me achei merecedora da verdade, e talvez seja por causa disso que ela nunca pára definitivamente ao meu lado; nos últimos tempos eu tenho tentado conquistá-la à força, embora o meu lado mais racional saiba que isso não é a coisa certa a fazer. Esse lado está tentando tomar o lugar do lado passional, que tem feito um bocado de estrago na minha vida. Eu tenho me tornado alguem muito passional e egoísta. Ou sempre fui?

Mas o mais ENGRAÇADO nisso tudo é que... eu não sou a única a ser assim. Eu não sou a pessoa mais má do mundo. E há pessoas do meu lado muito mais manipuladoras que eu - embora não pareça, mas é verdade! Eu nem sou manipuladora por querer. As minhas maiores 'maldades' acontecem quando não as vejo direito, entende? São quase que por acaso. Quando tento bolar um plano maligno, minha cabeça se esvazia. No entanto, eu tenho a fama de maligna.

Bem, mas há pessoas manipuladoras perto de mim. E quero saber quem são. Ou se são realmente manipuladoras. Eu não quero me fazer de vítima por nada, já chega de ficar inventando motivos pra me fazer de coitada. Mas e se no final das contas eu carregar a cruz de outras pessoas que não quiseram carregá-la, e a jogaram nas minhas costas? E se eu as acusar de fazer isso e no final das contas não for verdade, e eu for mais uma vez chamada de maligna?

Eu estou tão cansada de ficar me perguntando por tudo. E o pior de tudo é que essas perguntas não solucionam meu mundinho brega. Me sinto uma ridícula. Sério.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

"A alma é cheia de mistérios"

Nunca fui uma garota boazinha e nunca tive muito tempo para pessoas boazinhas. Admito isso agora, com alguma relutância e [quase] nenhum orgulho. É legal se aceitar como é, e de preferência corrigir os defeitos que se encontra, mas quem disse que eu sou boazinha o bastante pra fazer isso?
Eu tenho todas as características para ser uma grande pessoa. Mas não sou. Eu me sinto como o anjo Lúcifer, que caiu em desgraça justamente por causa de sua luz. Por não saber como usá-la bem, só saber que queria mais.

Agora eu não sei se rio ou se eu choro. Eu rio por causa da minha mediocridade diante dos acontecimentos que são só uma consequência dos meus atos passados. Eu sou uma pessoa digna de risadas, embora não suporte quando elas de fato acontecem.

Hoje algumas pessoas foram verdadeiras comigo. Pessoas que eu estimo muito, e por isso [acham que] têm o direito de falar o que quiserem de mim, justamente porque, como não sou uma pessoa boazinha - embora as minhas maldades sejam feitas de olhos fechados, isto é, eu não as percebo de fato -, como não sou uma pessoa boazinha, eu falo coisas um tanto feias para os outros [embora muitas vezes eu não pretenda]. Então elas se rebaixaram ao meu nível: disseram palavras que me machucaram um pouco. Estou tratando de esquecê-las, mas quem disse que não são importantes? São a mais pura verdade.
E eu sinto que tenho que aguentar a verdade. As pessoas acham que eu me sinto a dona da verdade, que se acha no direito de dizer tudo o que quer - e o faz. Às vezes realmente há aquele diabinho mordendo minha alma e fazendo ela vomitar coisas não muito delicadas, mas as muitas vezes em que eu 'não falo por mal', são justamente as que mais machucam os outros. Tenho que ficar mais vezes calada. Onde foi parar a educação que a minha mãe me deu?

E hoje algumas pessoas foram falsas comigo. Não totalmente, na verdade, foi só questão de poucos gestos, para nós nos sentirmos mais próximos um do outro - coisa que nunca me dei o trabalho de fazer, e por quê? porque não sou uma pessoa boazinha. Sempre fui invejosa. Talvez porque nunca tive um namorado. Talvez porque nunca ganhei um buquê de flores de um garoto.
Mas esses fatos são irrelevantes. Na verdade são só acontecimentos que me doem um pouco porque eles se repetem enquanto eu vou mudando - para pior. Mas sei lá.
Bom, mas hoje as pessoas foram falsas comigo. Falsamente simpáticas. Porque eu resolvi ser falsamente simpática hoje. Mas se quer mais um pouco de contradição, permita-me dizer que minha inveja esconde uma grande admiração - o que acontece com quase todo mundo, eu acho - e portanto minha falsidade não é pura, ela caminha junto com a alegria de tentar me aproximar de algo que considero muito maior e melhor que eu.
E fiz isso hoje. Colei um sorriso no rosto e fui simpática. E INCRIVELMENTE eles se rebaixaram ao meu nível e - imagine - foram falsamente simpáticas, como eu disse. Estou com vontade de rir por isso também. Porque toda vez que saio de casa querendo ser falsa com alguém, esse dia não cria motivos para que isso aconteça. Aí eu deixo a ideia de lado, com alguma vergonha. Mas hoje isso não aconteceu. Fui falsa - e me corresponderam!

Só por isso me dá vontade de rir e chorar. Rir de como é bom esse mundo hipócrita, criar ilusões e ainda conseguir conviver confortavelmente nele, coisa que eu faço muito bem, apesar de ter uma cabeça cheia das discussões acaloradas dos meus amigos inteligentes e contestadores. E chorar por perceber como eu fui idiota esse tempo todo, evitando sorrisos verdadeiros por um negócio chamado MEDO. Medo da rejeição. Medo do ridículo. Medo de não me corresponderem e meus acenos ficarem soltos no ar. Daí vem a minha maldade, o meu ridículo, o seu sangue podre.


Uma coisa interessante é dizer que eu não sou boazinha comigo mesma. Sim, eu ponho em prática todas as lições de educação que a minha mãe maravilhosa me deu, não desrespeito e não jogo lixo na rua e não piso em rabo de gato, e me sinto culpada quando mato insetos. O meu mal é não saber me comportar diante de coisas bonitas da vida. Nunca tive muita paciência para abraços e palavras de carinho, muito menos das pessoas com quem eu não tenho intimidade. Talvez porque quando eu era criança, algumas delas me rejeitavam sem motivo nenhum. Me empurravam, falavam mal do meu cabelo e dos meus modos e não queriam brincar comigo. É verdade que eu tenho meus amigos hoje em dia, que [NÃO SEI COMO] gostam de mim de verdade, apesar de se magoarem com a minha falta de senso muitas vezes. Enfim, estou mais receptiva quanto às pessoas ao meu redor. Até tento me controlar, mas ainda resta um demoniozinho da inveja e da raiva dentro de mim, e ainda não sei como me comportar quando vejo alguém na rua que eu conheço há anos e que não nos falamos. A verdade é que agora é que eu estou sofrendo [enfrentando] as consequências que a minha falta de jeito, coisas muito antigas que, agora vejo, foram erros enormes. Erros que eu cometo não por causa dos outros, por causa de mim.
Eu só não sou boazinha porque não tenho muito amor-próprio. E nunca tive muito tempo para pessoas boazinhas porque elas tem amor-próprio e sabem usá-lo bem. E eu tenho inveja delas.