segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"I've got sunshine, on a cloudy day..."

Não sei não, hein. Tudo ali era uma coisa só, e era fascinante, e por isso, estranho. Tão perto que eu queria que fosse pra longe, mas quer saber? Mal posso esperar pra te ver de novo, e me sentir em casa, porque é realmente difícil me alojar em alguém, e você conseguiu isso com cinco minutos. E tudo está tão tranquilo, tão leve, que eu teria medo de pôr qualquer maior sentimento que poderia existir. É uma lembrança limpa que me vêm, daquelas que são impossíveis de serem carregadas de remorso ou vergonha. Por que as coisas não podem ser sempre assim?

'I lost my heart on a carousel...'

A história não é bem assim, eu não sou tão altruísta como as outras insistem em dizer que são. Não que eu não queira saber que você é feliz, mas eu vou ser sincera e dizer que não é SÓ ISSO o que eu quero. Não que você vá ser infeliz porque eu sou infeliz. Não! Eu queria ser feliz por fazer você feliz. Ver não é tudo. Eu queria fazer alguma coisa, qualquer coisa, para que seus olhos brilhassem diante de mim, e só pra mim. Mais do que isso, eu queria ter A CHANCE de poder fazer alguma coisa. Se eu estou olhando pelas suas frestas é para saber se há algum vestígio de mim nelas. Ou a chance de entrar por elas. Tenho certeza de que o espaço seria suficiente. Só não sei se eu duraria muito tempo antes de você perceber que incomodo. Tantas já te incomodaram antes e eu gostaria de ser diferente. O que é meio difícil, porque todas são diferentes umas das outras. O que, no final das contas, me deixa feliz, porque se há espaço para elas, talvez haja espaço para mim, porque eu posso até ser igual, mas vou me esforçar para ser diferente. E eu sei que você entenderia. É claro que tenho medo de que não entenda. Mas até você sentir que não presto, eu já teria tido tempo de segurar a sua mão, e isso seria [quase que] o suficiente. Eu só queria uma chance de te ver.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Stop... before you get enough.

A impressão que eu tenho é que os meus melhores momentos são aqueles que não acabam. Aquela tensão, a imaginação, a presença meio que desconfiada e duvidosa, e todo o anticlímax que o momento faz questão de provocar [ou sou eu que faço isso?], faz com que mereça uma continuação, uma fantasia que nunca vai acabar. E que eu nunca vou deixar de perseguir.
Por enquanto então quero que sua mão esteja nas minhas costas. E arranhe-as até eu dar uma desculpa qualquer, mesmo que eu já esteja de olhos fechados. E vá embora. Mas volte amanhã.

Rock your body.

Eu não quero aprender do começo, embora seja REALMENTE necessário. Eu não quero ser sua pequena. Eu quero respeito. E de preferência que ele venha quando você disser que me quer, do jeito que eu quero. E no final das contas não vai ligar pra quem eu sou ou como eu estou. Você só vai, e eu irei com você. Porque se você quiser me explicar ou dizer alguma coisa, eu dou o fora. Eu quero o seu silêncio. E o seu sorriso.
Dá vontade de largar tudo e dizer 'é isso aí, e daí?'. Mas eu vou ligar para o que vão dizer. E eu não quero que saibam. Eu não quero que digam. Eu quero que tudo esteja no mesmo lugar. Até que eu me canse de estar no mesmo lugar. Mas canse mesmo. Que nada mais importe. Porque tudo ainda importa, e não sei quando isso vai acabar. Talvez nunca. Sei lá.
Já vai passar. JÁ VAI PASSAR. Respire.

"...Baby, don't make me fly away, gonna stay..."

Desejar aquilo que não tenho por perto é vício. É uma ânsia de mudar de vida, de viver o novo, de fazer coisas que eu nem iria QUERER fazer exceto com a única pessoa do mundo que poderia fazê-lo [que no fim das contas ela não existe, pois eu a inventei e ela faz tudo de acordo com os meus [não]caprichos].
Mas isso é temporário. Esse desejo todo são faíscas que saem uma vez ou outra, e logo tomam o seu lugar, eu respiro fundo e tudo volta ao normal. Eu TENHO QUE sentir que está tudo bem sempre. Senão nada estará.

Mas meus olhos brilham vez ou outra e de repente tudo se transforma na agonia. Então a verdade vem: isso não me pertence. E nunca vai me pertencer. Que eu sei. Eu só não sei das coisas que são REALMENTE improváveis, isso quando a minha imaginação, que adora antecipar as coisas, estraga tudo.
Eu já passei da época de ficar contando os dias para que as coisas acontecessem. Vez ou outra dou sorte e as coisas acontecem, mas o que eu realmente sinto é que elas acontecem num momento totalmente errado. Como se eu estivesse forçando as coisas. MAS NÃO ESTOU MAIS, MEU DEUS, EU JURO. Já fiz isso uma vez, e jurei para mim mesma que NUNCA MAIS eu iria fazer isso.
Mas elas acontecem mesmo assim. Os momentos vêm e o melhor que eu tenho deles são as lembranças.
Então eu é que estou errada. Mas por quê? Tudo fica na mesma quando nada acontece, e é contra as regras ficar de braços cruzados, e é verdade, às vezes eu não SUPORTO ficar de braços cruzados. Então eu os abro e as coisas acontecem. Mas nunca parecem que acontecem. As lembranças que eu deveria prezar não passam de um borrão para tentar esconder o que eu fiz de errado [mesmo eu não tendo feito NADA, juro, NADA, eu sempre arrumo um jeito de estragar as coisas], então eu tento melhorar as coisas na minha cabeça, e quero logo o próximo acontecimento. Mas ele demora. E quando acontece, parece que demora para acabar.

Mas eu estava falando das coisas que não me pertencem, e era disso o que eu queria falar, mas vejo agora que não tenho nada pra dizer. As coisas simplesmente não são minhas, e é só. Me dá agonia, sim. Uma profunda agonia. Pensar que eu nunca mais vou sentir, fazer ou ver algo ou alguém. E isso me dói TANTO, e tenho sentido isso tantas vezes nesses dias. Não é a incapacidade de segurar as pessoas [isso eu realmente já estou acostumada, e até é feliz às vezes], mas a incapacidade de trazê-las para mim. Elas estão muito além.
Ou eu é que estou. Não sei. A culpa é sempre minha.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

'When I grow up...'

Todo o tempo que estive com vocês, tentei ler as suas mentes. Por que estavam ali. O que os levou até ali. E, o mais importante, se MERECIAM estar ali. Sabe, se tudo isso iria durar. E ao mesmo tempo eu me perguntava se eu ia durar também. Tudo indica que não.
Mas eu quero. São coisas que estão dentro de mim desde pequena, todo aquele brilho e aquelas vozes. Talvez eu tenha, mas não saiba usar. Talvez eu saiba usar, mas talvez isso ainda não seja o bastante. Como vou saber?
O tempo está passando e eu me dei conta disso quando os vi. Jovens, bonitos e o mais importante, estavam ali com o mesmo sonho, e cada um com uma forma e um talento diferente para chegar até ele. Eram vários tons. Tantos, mas nem assim eu conseguia encaixar o meu.
O tempo está passando e fico pensando se poderei viver o que vocês certamente vão viver. Acho que não, pois minha idade não permite, e o mundo lá fora vai perceber isso até antes de mim. Fico pensando o que vou poder fazer por eles e por mim, e se assim eles vão me querer. ATÉ QUANDO eles vão me querer. Estou com tanto medo de não dar. Estou com tanto medo de ser deixada de lado. Porque as pessoas podem não acreditar, mas a minha vida só está começando, e quero aproveitá-la do jeito que todos fazem. Quero sentir-me crescer. É claro que quero que vejam que sou uma mulher, mas quero que saibam que ainda posso ser uma menina. E que não façam o favor de lembrar que um dia terei que ficar velha. Porque não tenho tempo a perder, não tenho tempo para pensar nisso. A minha vida está só começando, e será que alguém vai dar a mínima pra isso?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

'Bury it, I won't let you bury it...'

'I think I'm drowning, asphyxiated. I wanna break this spell that you've created...
You're something beautiful, a contradiction... I wanna play the game, I want the friction.
You will be the death of me. Yeah, you will be the death of me.
I wanted freedom, bound and restricted... I tried to give you up, but I'm addicted.
Now that you know I'm trapped - sense of elation - you'll never dream of breaking this fixation...
You wil squeeze the life out of me.
How did it come to this?'

'Yeah, you will be the death of me...'

Uma faca em seu estômago e sou eu quem sente o impacto. Eu caio para trás e então tudo desaparece, eu ouço sua voz dizendo qualquer coisa. Eu oscilo, flutuo num mar verde e quente de febre, vertigem e náusea. Nós na garganta. Eu fecho os olhos sem querer, surge uma parede e eu me apoio nela, me sinto bêbeda, meus joelhos estão fracos. Quero desmaiar. Vou desmaiar. Mas estou flutuando, meus pés estão dormentes, eu não posso cair. Vou vomitar.
Eu nunca me senti assim. Ninguém nunca me fez sentir assim.
Eu sou sua assassina. E quem está morrendo sou eu. Você segura a minha mão, eu me ponho em seus braços e lambo seu sangue. Eu quero que ele seja meu. Só meu.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

"...'cause darling, you are the only exception..."

E não tem UMA SÓ palavra de carinho que eu não pense duas vezes antes de dedicá-la a você. Não que você não as mereça. Mas talvez porque eu ache que elas não mereçam ser proferidas por mim. Se eu estiver fazendo algo errado, você não vai me achar uma idiota hipócrita?
Todos nós somos. Mas eu só queria que você soubesse que eu sei disso. Só queria que você soubesse que, antes de qualquer frase ficar pronta, cada palavra foi pensada com um aperto no peito. Eu poderia dizer que é de medo, mas se é medo, muitos vão dizer que não é amor.
Talvez não seja mesmo amor. É algo talvez melhor que isso: respeito. Daí o amor seja feito um dia. Quem sabe.

Não consigo deixar de ficar com o estômago embrulhado. Por que eu tenho que me importar tanto com o que os outros dizem?

Gloria in excelsis.

Eu quero por que você ainda é assim. Eu quero saber por que você ainda me trata assim.
Ou você é realmente o famoso arcanjo ou eu resolvi reencarnar a Maria Madalena. Tá esperando eu ser canonizada né? Deus te abençoe, valeu.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Desculpa.

Não dura, não dura. E isso é duro. Não adianta isso, não adianta aquilo, porque ela não vai conseguir. Ela não vai reter. Ela não vai pensar duas vezes.
Ela não sabe pensar, e talvez a culpa seja nossa.
Nós a destruímos ou ela já nasceu e cresceu destruída? Essa é a melhor resposta [ou desculpa] no entanto.
Porque no fundo no fundo, tudo é culpa nossa.
Eu penso em salvá-la o tempo todo. Mas o duro é isso: salvar o tempo todo. As pessoas só salvam uma vez. Quem pode continuar salvando é ela mesma, nós não podemos fazer muita coisa, ela precisaria se salvar a cada segundo, se reinventar a cada segundo.
É coisa de íntimo. É coisa de tempo. É coisa que está além.
De todos nós.
Sabe, acho que é porque ela simplesmente existe. Nós não compreendemos quem existe, pois o que fazemos é viver. E se ela simplesmente existe, nós de repente sentimos que temos de viver por ela [porque todo ser humano tem o dever, não o direito, mas o dever de viver].
Mas não podemos. Eu não posso. E nem quero. Mas é vida pela vida, certo? Ela me fez viver, e agora temos que fazê-la viver também. Mas é um pouco diferente. Era o meu começo. O dela, bem, não é bem assim.
Então vem a pontada de dor. Intensa. Em mim. Mas esta vai durar o tempo em que ela viver. Porque daqui a pouco ela vai apenas existir. E viver. E existir.
Ela precisa se exaltar para viver. São borrões aqui e ali, e gritos ou choro. É assim que ela vive. Quando ela deixa de se situar, ela apenas existe. Flutua.
Então é só pensar que tudo é temporário. E tudo fica bem. Por enquanto. Enquanto ela existe, tudo está bem.





Eu odeio ser assim. Eu odeio ter que passar por isso, eu odeio ver isso, eu odeio ter que escrever sobre isso. Como se eu não sofresse. Como se eu não me sentisse mal o tempo todo. Porque eu sei que está tudo bem, mas isso não quer dizer que eu estou em paz.
Até porque, quando eu finalmente tiver paz, esta virá em forma de um sono profundo. E eu não quero passar por isso, porque eu não quero sofrer mais. Eu sei que é inevitável, mas... será que não há um jeito de as coisas se consertarem? De começar de novo? De ir lá, lá atrás, quando as coisas começaram? Será que eu nao podia parar o tempo? Será que se eu fizer alguma coisa, as coisas vão melhorar, apesar de a melhora ser temporária, assim como tudo o que ela vive? Será que não há um jeito de fazer todo mundo feliz, sem ter que abrir mão de nada? Será que não podemos ser todos felizes, AO MESMO TEMPO?


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Você que lê e não lê isso aqui.

Vai se foder.

'A whisper, a whisper, a whisper...'

Por favor, não brinque comigo. Não pronuncie essas palavras todas agora, não gaste, não profane, porque no dia que tiver de usá-las de verdade, eu quero que saia da sua boca para o meu ouvido, e que seja bem de perto, e quero sentir o hálito de cada uma delas. Quero que seus olhos estejam fechados. E que sua mão esteja sentindo o meu coração.
Mas agora não.

'The mind is the magic, is you...'

Eu construo meu mundo. Eu o invento a cada segundo, e está tudo bem. Não há nada fora do lugar, eu não permito que esteja fora do lugar. Eu não abro mão. Eu não vou. Eu não sei. Eu não faço.
De repente tudo me invade e tudo cai.

Sabe o que é sentir-se impotente? Como se sua coroa tivesse caído?

Talvez amanhã o meu reino se recupere. Levo algum tempo para reconstruir os muros de novo, e logo depois eles caem de novo. Eu não ligo. Adoro utopias. O que seria de mim sem elas?

Alguém com uma cabeça de menos sonhos. Quero ter e realizá-los todos, e quando meu muro cair de novo, vou ter uma lembrança ou fantasia nova para reconstruí-lo.

Porque chove muito no mundo lá fora. Nossa.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Vou fingir que te amo até amar alguém de verdade. Ou você me amar de verdade.

Driving me wild.

Eu não estou louca por você. Eu estou louca por mim mesma, porque a loucura parte das minhas invenções. Eu fiz você. Eu inventei você. Eu te visto, eu te falo e te escrevo, e fujo de você quando eu quero. Te acho bonito e você tem seus defeitos, para que na minha cabeça eu torne você um pouco mais real do que eu intimamente gostaria que fosse. Eu adoraria ter a perfeição, mas parece que ela passa longe do meu mundo.

E, de repente, você existe. Fugir não dá, então. Queria fazer você desaparecer às vezes.

Não adianta. Já faz parte. Qualquer dia desses vou te mandar embora. Ou não. Penso em mim, penso em você. Sem mais.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

"I'm so high, I can hear heaven..."

Sobressaía. Isso é tudo. Eu podia ver. Eu podia quase sentir.
Não havia mais nada onde devia. Porém havia algo mais. Incomodava. Atraía. Excitava.
Alto. Mais alto. Para que eu possa levantar a cabeça para o céu toda vez que quiser ver o seu rosto. Então você me pegaria no colo, e eu não precisaria ficar na ponta dos pés para mexer nos seus cabelos.
E tudo seria um só...

Escrotices.

Pois é, é assim que se acaba com a magia.
Aquilo ali não era órgão sobre órgão. Era carne sobre órgão. Você viu alguma coisa? Você sentiu alguma coisa?
Havia um cheiro doce no ar. Forte demais, na minha opinião. É realmente disso que você precisa?
Sabe, eu pensei que as coisas fossem mais rígidas. Mais sórdidas. Mais realistas. Mas não, não é bem assim. O mundo real é bem diferente.
Eu não sou o mundo real. Eu sou um clarão aqui e ali. Eu passo, faço barulho e você se assusta e logo vou embora.
Você só pode me atravessar. Os outros vão em você e colidem. Fazem barulho? Acho que sim. O barulho é outro, porém. É isso mesmo? É.
Você pediu carne. Lá estava a carne. Cheirosa e macia. Era essa a magia?
Carne demais na minha opinião. É isso mesmo?
A minha deve ser fedida, se algum dia você já a viu.

Ou não. Coisas bem piores estão guardadas por aí. Eca.

All over me.

Eu podia sentir a energia. Ela não tinha cor nem cheiro, mas era quente, e quase como um imã. Será que você também a sentia? Queria mantê-la viva? Não. Mas por favor, me diga se você ao menos SENTIU. E se, pelo menos uma vez, não teve coragem de se entregar a ela.
Aí suas mãos se entrelaçariam nas minhas. Desse jeito mesmo, não o contrário, e elas continuariam assim, e você apreciaria, não ia fugir ou se afastar. Você as apertaria, faria carinho nelas. Você diria qualquer coisa séria sem desviar do meu olhar, e seus olhos cresceriam e brilhariam, como eu vi acontecer uma vez, e gostaria tanto de ver de novo. Você olharia para mim, só para mim, e só eu existiria, e só eu importaria.
Você não me veria, porém. Seria alguém novo. Alguém que esteve por aí o tempo todo, e que você não quis. Alguém que você um dia desejaria e não teria medo. Alguém que você perceberia, que você visse luz, que você visse algo que desejasse muito, enfim. Que não precisasse falar muito. Que seria carne sobre carne, e assim pudesse ser alma sobre alma. Nossos corações bateriam juntos, e você escutaria e acharia lindo. E mexeria nos meus cabelos, e eu te veria fechar os olhos. E o resto é história.
Eu te amo ou te desejo, e não importa se as coisas se confundem ou se distinguem. O fato é que elas existem. E o resto também é história.


"... e mesmo que fugisse, lá estaria eu esperando, e tu voltarias, assim como volto eu todas as vezes em que fujo de ti."

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

My Hair, your Hair, our Hair.

Eu chorei. Como um bebê. Ou como uma mulher.
Eu chorei na frente da coisa mais especial do mundo, e mesmo que tudo continuasse do mesmo jeito, eu podia ver que estava me perguntando assim: por que você está chorando? Eu não te faço mais feliz?
Faz. Esse choro é, antes de mais nada, a contemplação da felicidade extrema que eu estava em estar ali. Em como eu podia ver e sentir tudo, e era aquilo o que eu queria. Eu tinha medo, é verdade, mas aquilo já estava dentro de mim. As vozes e os movimentos, cada um deles.

Mas digo isso só agora que está tudo bem, o que não faz com que isso tudo seja uma mentira. Mas o outro lado da verdade é que eu estava chorando de dor. As lágrimas foram só a última coisa que me vieram, porque antes tudo o que estava adormecido em mim veio. E eu me perguntava se ninguem ali estava sentindo o mesmo. Como podiam?
Tudo o que eu tinha medo, um medo que carrego comigo desde criança, aparentemente sem motivo, estava ali. Era o medo da indiferença. O medo de gritar e ninguém ouvir. O medo da guerra. O medo das obrigações. O medo de ser homem. O medo de não poder fazer nada. O medo de servir e de ser um simples objeto. O medo de morrer sem motivo. O medo da morte.
Estava tudo ali. E NÃO É POSSÍVEL QUE NINGUÉM PODIA VER. Será que as mesmas pessoas que saíram dali eram as mesmas que entraram? Será que ninguém pensava como eu? Que havia algo errado? E que a gente tinha que mudar, para que não acontecesse aquilo tudo de novo?
Ou que essas coisas que, de fato, ESTÃO ACONTECENDO DE NOVO, não aconteçam mais. Onde as pessoas estão com a cabeça que não ali? Por que não querem ver?
Sabe, eu quero viver. EU GOSTO de viver. Eu gosto de ser mulher. Eu gosto de estar em paz. E eu não quero que ninguém acabe com ela sem motivo.

Pode me chamar de hipócrita. E sou mesmo, porque o mundo inteiro é, mas eu não sou burra. Mas eu chorei. E esse choro não é de hoje. É de muito, mas muito, mas muito tempo. É o choro de um mundo inteiro.

"you can change the world [I can't do it by myself, oh no]
you can touch the sky [ gonna take somebody's help, oh my]
you're the chosen one [I'm gonna need some kind of sign]
if we all cry at the same time tonight..."
["Cry"]

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Da boca pra fora aquilo que é da boca pra dentro.

Eu acho que eles têm medo de mim.
Agora descubro que nada é aquilo que todo mundo falava. É bem ao contrário. Eu estou fazendo errado o tempo todo e não sei fazer de outro jeito, porque eu não sei ser assim, e não quero ser assim. Porque a partir do momento em que eu destrancar, não haverá mais volta. E eu quero ter certeza daonde vou me jogar.

Eu vi que começar era importante. Tudo bem, eu começo. É assim ou não é, é agora ou nunca, ou eu ou elas. Me acostumei a não demonstrar medo e insegurança. Mas o que justamente procuram em mim é aquilo que eu tento esconder.

Então eles têm medo.

Eu tenho ódio desse medo. Porque nada me impede de começar, mas não me dá coragem para continuar.

Como se continua? Alguém precisa me ensinar, mas ninguém tem coragem!