quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

My Hair, your Hair, our Hair.

Eu chorei. Como um bebê. Ou como uma mulher.
Eu chorei na frente da coisa mais especial do mundo, e mesmo que tudo continuasse do mesmo jeito, eu podia ver que estava me perguntando assim: por que você está chorando? Eu não te faço mais feliz?
Faz. Esse choro é, antes de mais nada, a contemplação da felicidade extrema que eu estava em estar ali. Em como eu podia ver e sentir tudo, e era aquilo o que eu queria. Eu tinha medo, é verdade, mas aquilo já estava dentro de mim. As vozes e os movimentos, cada um deles.

Mas digo isso só agora que está tudo bem, o que não faz com que isso tudo seja uma mentira. Mas o outro lado da verdade é que eu estava chorando de dor. As lágrimas foram só a última coisa que me vieram, porque antes tudo o que estava adormecido em mim veio. E eu me perguntava se ninguem ali estava sentindo o mesmo. Como podiam?
Tudo o que eu tinha medo, um medo que carrego comigo desde criança, aparentemente sem motivo, estava ali. Era o medo da indiferença. O medo de gritar e ninguém ouvir. O medo da guerra. O medo das obrigações. O medo de ser homem. O medo de não poder fazer nada. O medo de servir e de ser um simples objeto. O medo de morrer sem motivo. O medo da morte.
Estava tudo ali. E NÃO É POSSÍVEL QUE NINGUÉM PODIA VER. Será que as mesmas pessoas que saíram dali eram as mesmas que entraram? Será que ninguém pensava como eu? Que havia algo errado? E que a gente tinha que mudar, para que não acontecesse aquilo tudo de novo?
Ou que essas coisas que, de fato, ESTÃO ACONTECENDO DE NOVO, não aconteçam mais. Onde as pessoas estão com a cabeça que não ali? Por que não querem ver?
Sabe, eu quero viver. EU GOSTO de viver. Eu gosto de ser mulher. Eu gosto de estar em paz. E eu não quero que ninguém acabe com ela sem motivo.

Pode me chamar de hipócrita. E sou mesmo, porque o mundo inteiro é, mas eu não sou burra. Mas eu chorei. E esse choro não é de hoje. É de muito, mas muito, mas muito tempo. É o choro de um mundo inteiro.

"you can change the world [I can't do it by myself, oh no]
you can touch the sky [ gonna take somebody's help, oh my]
you're the chosen one [I'm gonna need some kind of sign]
if we all cry at the same time tonight..."
["Cry"]

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