quinta-feira, 9 de junho de 2011

'...anything, oh anything, to chase the rain goodbye. When you left with all your dreams I couldn't say goodnight...'

'Never have i ever been so sure... Never thought i'd see you walk in that door...
I can make you feel (like you're a king), no remedies (no compromise), would you rather be, right here with me? I want you right here next to me.'
Isso estava na minha cabeça a noite inteira.



Era mais um lugar louco que eu achava que nunca tinha estado na vida, mas agora que estou lembrando, o prédio tinha alta semelhança com o Vivo Rio, e ainda estava mais iluminado e bonito, e era noite. Em todo caso, eu sabia que era um teatro, e eu sabia que era uma cidade diferente, e eu estava com duas garotas. A única de quem conseguia ver o rosto tinha semelhança com Amy Farrah Fowler. Só que mais doce.
Só que antes da companhia dela, pode ter sido depois tambem [a ordem nao importa tanto], acho que eu estava na companhia de um homem bonito, alto, branco, cabelo preto cortado, barba por fazer, parecia ter uns 30 anos. A gente conversava sobre algo da conferência [parecia que estávamos ali para uma palestra da faculdade ou algo do tipo], e ele queria saber se eu era deste país. Eu achava estranho, pois eu sabia que ainda estávamos no Brasil. De repente dois homens, bonitos como ele, se aproximaram dele e eles ficaram conversando em alemão. Pareciam guarda-costas e falavam com aparencia grave. Ele me pediu desculpas e falou algo como prazer em conhece-la, ou que ele era alemão, e foi embora.
Daí eu estava na presença das duas garotas, elas seguravam cadernos na mão, e conversavamos.
- Mas o Trianon é o palco. - a menina disse
- Bom, na minha cidade Trianon quer dizer o teatro inteiro, e do tamanho deste aqui - argumentei, rindo, e fazendo gestos indicando o lugar. Elas riram impressonadas, tipo 'uau'.
O curioso é que a cena com o homem bonito se repetiu: elas duas também achavam que eu não era desse país. Como assim? eu perguntava pra mim mesma, e nós todas falávamos em português. Elas também se afastaram, e eu fui embora sozinha.
Depois seguiram-se cenas turvas, como o 'escorregador-casinha' que tinha onde antes era o terreno do Teatro Trianon [de verdade], onde eu e o dono daquela pinta costumávamos brincar. Lá agora era a minha casa, e era maior. Mas conservava o escorregador, os rolinhos de madeira, as cordas e escadinhas. Eu estava ralhando com alguém, acho que era a minha empregada. Havia muita gentalha ali, e na0 lembro direito, eu só sabia que tinha que sair dali. Eu estava incomodada.

***

Eu estava num apartamento pequeno, e era o dele. Estava ligeiramente bagunçado, e era muito, muito pequeno, parecia quarto de hotel. Estou tentando me lembrar sobre o que nós conversamos quando nos encontramos. Deve ter sido mais ou menos que nem o sonho anterior, sobre como estava a vida dele, porque eu perguntei onde ele estava estudando, e ele mencionou exatamente o mesmo nome da faculdade do sonho anterior. Eu ofeguei muito alto, ele até se virou. Então era verdade o que eu havia sonhado?
Eu dou risada com essas coisas, no meu próprio sonho eu me lembro dos sonhos anteriores, mas enfim.
Ele depois mencionou o apartamento onde estavamos, dizendo que daria um jeito quando eu me instalasse.
- Você quer dizer que eu vou morar aqui?
Ele afirmou com a cabeça lentamente, me olhando sério.
Eu estava tensa e preocupada, mas depois acabei me divertindo. Estávamos na cama e nós contávamos e mostrávamos muitas coisas nostálgicas, ele me puxou pelo braço, e me mostrou um pote de balas artesanais que fizeram parte da minha infância.
- Mas são chicletes!
- Ok, mas você lembra?
- Lembro! Só não deixe Nelsinho vê-los, ele vai comer tudo!
Tinha um pedaço de papel dobrado na cama e eu abri. Era ele quem tinha escrito, a letra meio garranchosa como eu a conhecia, falava de boas vindas e de romantismo. Eu fiquei com medo, medo dele não querer, medo de ele não gostar. Eu sorri e nos beijamos.
Quando acordei, ele estava em pé secando o cabelo com a toalha, mas eu vi que não estávamos sozinhos. Havia uma velha penteando o cabelo em frente ao espelho. Tia Sônia. Ela olhou para mim com um rosto meio que culpado ou envergonhado e saiu do quarto silenciosamente. Ela parecia mais baixa que o normal [ou eu mais alta do que o normal]. A porta estava aberta e eu vi um homem de meia-idade que eu conhecia de algum lugar passando e olhando para dentro. Ele nao foi o unico, algumas pessoas passavam pelo corredor e pareciam conhecê-lo, pois sempre estavam olhando para dentro do quarto com expressão de curiosidade. Tornei a olhar para ele e estava preocupado. Eu perguntei qualquer coisa, talvez se ele ia sair, e ele falou que sim e mais alguma coisa, e falou baixo, com o rabo do olho na porta. Ele se despediu de mim e disse que ia trabalhar, e saiu, eu ia ficar o dia inteiro naquele quarto. A última sensação que eu lembro de ter sentido antes de acordar era aquela aflição de não saber se meu protetor ia voltar para casa.

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