terça-feira, 16 de novembro de 2010

[terapia de pretérito] Anjo.

Eu só sabia que anjos e príncipes existiam porque ele existia.
Talvez seja melhor que não exista mais, eu acho. Porque eu nunca poderia ser a sua princesa, como eu fui. Já deixei de ter cabelos curtos e bem cuidados há um tempão.
Mas e ele?
Eu tenho um pouco de medo de saber. às vezes o que eu quero é que ele continue sendo como eu imaginava.

Ele era o meu protetor, disso eu me lembro bem. Ele era tudo o que existia de bom no mundo, um sonho que toda menina tinha o direito de ter, mas não tinha. Oh, como eu era sortuda! E eu sabia disso, lá no fundo, e eu era pura demais para me gabar disso abertamente. Eu só sentia orgulho, e é claro, um pouco de posse sobre ele. Eu era tão feliz!
Ele era meu anjo, meu príncipe, e [orgulhosamente] pela boca dos outros, meu namorado. Namorado coisa nenhuma. Um lado do meu coração estava muito bem reservado para outros, e o outro, só para ele. Essa reserva só podia ter nascido comigo, pois era tão natural, tão inocente, que eu nem refletia sobre isso [como eu já fazia a respeito dos outros garotos].
Eu era tão feliz.

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