sábado, 8 de dezembro de 2012

Eu cresci rápido demais. Nunca gostei de ser criança, de ser tachada de criança e ser olhada como criança, então talvez por isso sempre repudiei os risos infantis, os pensamentos fantasiosos e brincadeiras de imaginação em excesso; era preciso que houvesse algum elemento que pudesse me fazer acreditar que era real, para que eu não ficasse pairando na fantasia sem saber como colocar os pés no chão.
Hoje em dia eu reconheço isso e me machuca porque eu percebi que meus pensamentos são por demais adultos, sobre restrição, generalização, realidade e ainda mais liberdade. Tudo ou é ou não é. Você é de um jeito ou de outro. Você NÃO PODE ser daquele jeito porque é inaceitável. Isso NÃO EXISTE. Isso NÃO ESTÁ CERTO. Isso NÃO PODE ACONTECER. Eu me sinto confortável assim, pra te dizer a verdade. Porque apenas colocando rótulos ainda que inúteis eu sei que cada coisa fica em seu lugar. Nada fica pairando com o risco de eu não conseguir pegar. Isso me deixa segura.
Mas eu sei que o mundo não pode ser dirigido dessa maneira então eu me envergonho. Embora se não fosse esse mundo que QUER que eu recupere a fantasia e a liberdade porque a diversidade hoje em dia te OBRIGA a ser tudo ao mesmo tempo. Você não é mais uma coisa só então logo você tem que ser tudo senão se sente um nada. É quase um dever voltar a ser inocente. Coisa que não é inocente coisa nenhuma. Se eu não soubesse que sou de um jeito, se eu não me rotulasse, eu até poderia. Mas.

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